A Coreia do Sul entrou nesta quarta-feira para o seleto clube de potências espaciais asiáticas, ao lado de China, Índia e Japão, ao conseguir colocar em órbita um satélite destinado a captar as radiações cósmicas.

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O êxito sul-coreano acontece poucas semanas depois de a Coreia do Norte ter executado um lançamento espacial com sucesso, que foi condenado pela ONU.

O foguete de 140 toneladas Korea Space Launch Vehicle (KSLV-I), de concepção russa-sul-coreana, decolou às 07h (05h de Brasília) do centro espacial de Naro, na costa sul do país.

Após subir por nove minutos, liberou o satélite STSAT-2C, destinado a recolher dados sobre as radiações cósmicas durante um ano, segundo fontes do programa espacial sul-coreano.

Foi um resultado positivo depois que os sucessivos fracassos em 2009 e 2010 colocaram em questão o futuro do programa de lançamento sul-coreano e ameaçaram sua ambição de se juntar à elite espacial mundial.

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Cientistas e autoridades comemoraram no centro espacial, aplaudindo e abraçando uns aos outros quando o satélite foi liberado.

Na capital, as centenas de pessoas que se reuniram em frente a um telão na principal estação ferroviária celebraram quando o foguete foi lançado e novamente quando sua ativação foi confirmada.

– Após analisar vários dados, o foguete Naro pôs o satélite científico na órbita designada de forma bem sucedida – disse a jornalistas o ministro da Ciência no centro espacial.

– Este sucesso é de todo o nosso povo – afirmou Lee.

Nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, a agência de notícias Yonhap reportou que o satélite tinha mantido contato com uma estação em terra em Daejeon, citando autoridades no Centro de Pesquisas de Tecnologia de Satélites nessa cidade.

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Inicialmente previsto para 26 de outubro, o lançamento desta quarta-feira foi adiado duas vezes por motivos técnicos.

A Coreia do Sul entrou tarde no caro mundo da exploração e da tecnologia espacial, e repetidas falhas despertaram questionamentos sobre a viabilidade do programa de lançamento.

– Este êxito pôs todo o programa de foguetes do país de volta nos trilhos – afirmou o analista independente Morris Jones.

– Estavam sob enorme pressão, em vista das falhas anteriores e do êxito norte-coreano no mês passado, e isto lhes dará confiança e, claro, vai garantir apoio político e financeiro para o futuro – disse Jones.

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A Coreia do Sul deseja desenvolver até 2021 um foguete de três fases 100% sul-coreano, capaz de transportar uma carga de 1,5 tonelada.

As ambições espaciais da Coreia do Sul foram contidas durante muito tempo porque Washington temia uma corrida armamentista na península coreana.

Ironicamente, a Coreia do Norte, país isolado e pobre, venceu a corrida espacial, ao colocar um satélite em órbita no dia 12 de dezembro.

O satélite, ao que tudo indica, não funciona.

A Coreia do Sul e as potências ocidentais consideram que o lançamento do foguete norte-coreano foi, na realidade, o disparo de um míssil balístico em violação das resoluções da ONU.

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O Conselho de Segurança da ONU, por iniciativa dos Estados Unidos e com o apoio inédito da China, ampliou as sanções contra a Coreia do Norte votadas em 2006 e 2009.

Em resposta a essa decisão, Pyongyang anunciou que pretende executar um terceiro teste nuclear.