O diretor-executivo do Programa Mundial de Alimentos da ONU disse, neste sábado (12), que a Coreia do Norte parece ter “virado a página na história”, após visita de quatro dias à capital Pyongyang e ao interior do país com acesso sem precedentes.
Continua depois da publicidade
David Beasley declarou que havia, sem dúvida, um problema de fome na Coreia do Norte, mas não no mesmo nível dos anos 1990.
À BBC Radio, Beasley disse que os líderes norte-coreanos tinham uma “sensação de otimismo”.
O ex-governador da Carolina do Sul afirmou também que “há uma sensação de virar uma nova página na história”.
Continua depois da publicidade
Segundo Beasley, a agricultura que presenciou fora da capital, em um país onde apenas um quinto da terra é cultivável, é uma das coisas “mais poderosas” que já viu.
“Não há mecanização. Têm bois puxando o arado, homens e mulheres no campo”, relatou.
“Está muito estruturado, muito organizado, cada centímetro de terra está sendo trabalhado com enxadas e pás e estão, literalmente, plantando cultivos até a beira da estrada, usando toda a superfície disponível, porque é uma terra montanhosa”, completou Beasley.
Um informe das Nações Unidas de março declarou que a escassez crônica de alimentos e desnutrição eram generalizados no país.
Continua depois da publicidade
“Não vi fome, como a que havia nos anos 1990. Essa é a boa notícia. Mas há um problema de fome? Há desnutrição? Não há dúvidas sobre isso”, afirmou o diretor-executivo.
Segundo os dados apresentados, aproximadamente 40% da população sofria de desnutrição.
Cerca de 18 milhões de norte-coreanos – 70% da população, incluindo 1,3 milhão de crianças menores de cinco anos – depende do Sistema de Distribuição pública para rações de cereais e batatas.
A maioria da população consome, porém, uma dieta suficientemente diversa para um desenvolvimento saudável, acrescentou o informe.
Continua depois da publicidade
* AFP