A Coreia do Norte enviou ao Sul sua lista de participantes nas primeiras conversações entre os dois Estados em mais de dois anos, anunciou Seul neste domingo (7).
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A reunião está prevista para acontecer na terça-feira (9) e provavelmente se concentrará na participação de atletas norte-coreanos nos Jogos Olímpicos de Inverno, que acontecem no próximo mês na Coreia do Sul.
O encontro intercoreano, o primeiro do tipo desde 2015, acontecerá em Panmunjom, cidade fronteiriça onde foi assinado o cessar-fogo ao final da Guerra da Coreia (1950-1953).
A delegação do Norte será liderada por Ri Son-Gwon, chefe do departamento responsável pelos assuntos intercoreanos, segundo informou o ministério da Unificação da Coreia do Sul.
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Ri será acompanhado por quatro autoridades do governo, incluindo os responsáveis pelas questões esportivas, indicou o ministério.
O diálogo acontece após dois anos de aumento da tensão na península, durante os quais a Coreia do Norte realizou três testes nucleares e multiplicou os lançamentos de mísseis.
A Coreia do Norte afirma ter alcançado seu objetivo militar de ser capaz de lançar um ataque nuclear contra o conjunto do território continental americano.
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O líder norte-coreano, Kim Jong-Un, advertiu em seu discurso de Ano Novo que mantinha o “botão” nuclear sempre ao alcance de seus dedos em seu gabinete, mas ao mesmo tempo estendeu a mão ao Sul, ao afirmar que Pyongyang poderia enviar uma equipe aos Jogos de Inverno, que acontecem entre os dias 9 e 25 de fevereiro.
Seul respondeu propondo a realização de discussões de alto nível em Panmunjom no dia 9 de janeiro, pela primeira vez em dois anos.
As duas Coreias restabeleceram posteriormente sua conexão telefônica, suspensa desde 2016.
Em outra demonstração de apaziguamento, os presidentes sul-coreano, Moon Jae-In, e americano, Donald Trump, concordaram em adiar os exercícios militares conjuntos previstos para após os Jogos de Inverno.
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Por sua vez, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, comemorou a organização da reunião, mas advertiu que o encontro por si mesmo não ajuda em nada.
Abe defendeu que é necessário “maximizar a pressão” sobre o regime norte-coreano para forçá-lo a mudar sua política.
“Falar por falar é inútil”, disse ele em uma entrevista gravada previamente e exibida neste domingo pela rede japonesa NHK.
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“No que diz respeito aos diálogos Norte/Sul, desejo que haja uma estreita coordenação entre o Japão e a Coreia do Sul e até mesmo entre o Japão, a Coreia do Sul e os Estados Unidos”, acrescentou
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* AFP