A Coreia do Norte desafiou durante semanas vizinhos e potências ocidentais. Armou um circo internacional para lançamento de seu foguete e chamou mais de 50 jornalistas para acompanharem o ato solene de demonstração de força do regime.

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Na hora do teste definitivo, porém, o voo durou pouco mais de um minuto antes de o foguete se partir em pedaços e cair no oceano, possivelmente em águas sul-coreanas.

GALERIA DE FOTOS: Coreia do Norte revela um pouco da sua rotina.

Apesar da publicidade e da comitiva de imprensa dos dias anteriores, nenhum repórter foi convidado para acompanhar o lançamento, que ocorreu às 7h39min (19h39min em Brasília).

– O foguete se desintegrou em diversos pedaços e caiu no Mar Amarelo – disse a jornalistas o porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano, Kim Min-Seok.

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Os norte-coreanos afirmam que seu objetivo seria posicionar um satélite em órbita para objetivos pacíficos de pesquisa, mas críticos ocidentais veem o lançamento como um teste de míssil balístico que poderia até mesmo carregar uma ogiva nuclear.

Os EUA confirmaram o disparo do Unha-3, de 30 metros, 90 toneladas e com mais de 6 mil quilômetros de alcance. O lançamento de Pyongyang tinha o objetivo de comemorar o centenário de nascimento do fundador do país, Kim Il-Sung, morto em 1994. Por trás da data nacional, porém, está a necessidade em demonstrar internamente que o jovem Kim Jong-un, que assumiu o comando do país no final de 2011, também é um líder forte.

Em uma semana de celebração, a ditadura de tons sombrios tentou mostrar seu colorido às lentes estrangeiras na tentativa de desmistificar o lançamento. A abertura da Coreia do Norte, um dos países mais fechados do mundo, a jornalistas, nos últimos dias, possibilitou imagens raras da vida cotidiana – apesar de os visitantes terem acesso apenas ao que o regime permitiu que fotografassem.

ONU irá convocar reunião

Em geral, observadores contam apenas com imagens de satélite ou de escassas imagens feitas por turistas que chegam ao país pela China para avaliar os progressos do país. Ainda assim, embora o roteiro faça parte da tentativa do governo de provar a intenção pacífica de seu programa nuclear, os espectadores continuam céticos.

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EUA, Grã-Bretanha e outros países consideraram que o lançamento uma provocação que viola resoluções do Conselho de Segurança da ONU, enquanto Japão e Coreia do Sul ativaram seus sistemas antimíssil – embora não tenha sido necessário utilizá-los.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas convocará uma reunião de emergência hoje para discutir a situação na península coreana.