A Coreia do Norte felicitou-se neste sábado (28) pela cúpula com a Coreia do Sul, saudando “um encontro histórico” que abre as portas para “uma nova era”, depois que os líderes dos dois países se comprometeram a preservar a paz e a desnuclearizar a península.
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A cúpula entre o líder norte-coreano Kim Jong Un e o presidente sul-coreano Moon Jae-in, na Zona Desmilitarizada que separa as duas Coreias, foi “um encontro histórico que abre uma nova era para reconciliação e unidade, a paz e prosperidade”, declarou a agência oficial norte-coreana KCNA.
Esta cúpula “foi realizada graças ao amor iluminado do líder supremo (Kim Jong Un) pelo povo e sua vontade de autodeterminação”, indicou a KCNA.
– “Península não-nuclear” –
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A agência divulgou o texto completo da “Declaração de Panmunjom” assinada por Kim e Moon ao final da reunião. Este documento contém a seguinte frase: “A Coreia do Sul e a Coreia do Norte confirmam o objetivo comum de alcançar, mediante a desnuclearização total, uma península coreana não-nuclear”.
Durante anos, o regime de Pyongyang disse que nunca abandonaria as armas nucleares, que considera vital para proteger-se contra uma possível invasão americana.
Mas agora propôs que o assunto seja objeto de negociações em troca de garantias de segurança, de acordo com Seul.
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Kim, no entanto, não mencionou isso publicamente na cúpula de sexta-feira.
Em um comunicado separado, KCNA informou que os dois líderes mantiveram “uma conversa franca e sincera” sobre questões como a “assegurar a paz na península coreana e a desnuclearização da península”.
O jornal Rodong Sinmun, órgão do partido único norte-coreano, dedicou neste sábado quatro de suas seis páginas à reunião, publicando 60 fotografias, 15 delas na capa.
– Imprensa sul-coreana prudente –
Na Coreia do Sul, os jornais deste sábado saudavam com alguma reserva a cúpula intercoreana, observando a ausência de um compromisso firme e explícito do Norte de renunciar às suas armas nucleares.
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O jornal conservador Chosun disse em seu editorial que o encontro foi positivo a respeito da reparação dos laços entre as duas Coreias, mas deixou muito a desejar sobre a desnuclearização.
Na sexta-feira, depois de um aperto de mão simbólico com o presidente sul-coreano, Kim, primeiro líder norte-coreano a pisar no Sul desde a Guerra da Coreia (1950-1953), afirmou que a península estava “no limiar de uma nova história”.
“Os dois líderes declaram solenemente aos 80 milhões de coreanos e a todo o mundo que não haverá mais guerra na península coreana e, portanto, tem início uma nova era de paz”, afirmam Kim e Moon na “Declaração de Panmunjom”.
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Depois de assinar o texto, os dois líderes se abraçaram.
Os dois vizinhos indicaram que buscariam se reunir com os Estados Unidos, e talvez também com a China, “para declarar o fim da guerra e estabelecer um regime de paz permanente e sólido” na península.
Esta cúpula é o prelúdio de um encontro muito esperado entre Kim e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Enquanto isso, Norte e Sul decidiram que Moon viajará a Pyongyang no outono para a quarta cúpula intercoreana.
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sh-slb/plh/lab/gh/mb/mr
* AFP