A Comissão de Defesa Nacional norte-coreana pediu nesta quinta-feira “a retirada das resoluções do Conselho de Segurança da ONU, elaboradas por motivos grotescos”.

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Também exigiu o fim da manobras militares conjuntas realizadas pelos Estados Unidos e Coreia do Sul na península.

– As exigências da Coreia do Norte são totalmente incompreensíveis. É absurdo. Nós pedimos encarecidamente ao Norte que deixe de apresentar exigências tão incompreensíveis e que tome decisões sensatas, como já pedimos em várias oportunidades – reagiu Cho Tai-Young, porta-voz do ministério sul coreano das Relações Exteriores.

O secretário de Estado americano, John Kerry, criticou as condições apresentadas por Pyongyang, definindo-as como inaceitáveis.

Já a Casa Branca pediu que Pyongyang demonstre seriedade e respeite seus compromisso em termos nucleares.

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– Os Estados Unidos continuam comprometidos com desnuclearização da península coreana. Os Estados Unidos continuam favorecendo negociações autênticas e dignas de fé que apliquem a declaração de setembro de 2005 – , declarou o porta-voz adjunto do presidente Barack Obama, Josh Earnest, referindo-se à data em que os norte-coreanos declararam sua disposição ou seu compromisso de renunciar às armas nucleares e por fim a seu programa nuclear.

Há várias semanas, Coreia do Sul e Estados Unidos realizam suas manobras militares conjuntas anuais, o que sempre irrita as autoridades norte-coreanas, que considera os exercícios um teste geral para uma invasão ao território.

Depois de um terceiro teste nuclear norte-coreano em 12 de fevereiro e do novo anúncio de sanções da ONU contra Pyongyang, a tensão aumentou consideravelmente na Península Coreana.

As condições para uma retomada do diálogo são agora o tema dominante, depois de vários dias sob o tempo de um novo lançamento de míssil pelo Norte, perto do 101º aniversário do nascimento do fundador do país, avô do atual dirigente Kim Jon-Un, em 15 de abril.

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O exército norte-coreano se limitou a fazer um ultimato e afirmar que se as autoridades sul-coreanas queriam realmente um diálogo e negociações, “deveriam apresentar desculpas por todas as ações hostis contra a Coreia do Norte”.

Os analistas destacam que o tema do diálogo substituiu aos poucos nos últimos dias as ameaças de ataques nucleares na retórica, às vezes incendiária, de Pyongyang.

– Não acredito que Pyongyang espere que estas condições sejam cumpridas. É uma forma de mostrar sua força no início, em uma luta intensa, mas isto destaca que existe um desejo de diálogo – , declarou Yang Moo-Jin, professor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos em Seul.

Daniel Pinkston, especialista em Coreia do Norte do International Crisis Group, considera que Pyongyang não tem intenções de suavizar sua posição.

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Para o Norte, a única coisa importante é ser reconhecido como uma potência nuclear, um status inaceitável para os Estados Unidos e seus aliados, segundo o analista.

– Então sobre o que estão falando? O Norte se comprometeu. Queimou os últimos cartuchos. Qualquer mudança de posição aconteceria a um custo imenso para o regime a nível interno. Permanecemos em uma situação que leva a uma colisão. Isto não terminará bem – , disse.

A nova presidente sul-coreana, Park Geun-hye, e o secretário americano de Estado, John Kerry, vincularam recentemente a retomada do diálogo “à mudança de comportamento do Norte e ao respeito a suas obrigações internacionais, especialmente envolvendo seu programa nuclear”.

Park Geun-Hye prometeu durante a campanha eleitoral suavizar a posição do Sul a respeito do Norte, depois de anos de uma política intransigente realizada por seu antecessor. No entanto, pouco depois de tomar posse, Pyongyang executou um teste nuclear.

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Na quarta-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu ao Norte que leva a série a oferta de diálogo do Sul a respeito do futuro do complexo industrial binacional Kaesong.

Pyongyang proíbe aos sul-coreanos o acesso a este complexo, situado em seu território, a 10 km da fronteira, desde 3 de abril. Também retirou do local seus 53.000 funcionários.