Em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (no horário brasileiro), o CEO da Lufthansa, Carsten Spohr, falou pela primeira vez após as investigações terem revelado que o copiloto, Andreas Lubitz, 28 anos, foi o responsável pela queda do Airbus A320, que matou 150 pessoas na última terça-feira.

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De acordo com o diretor da empresa aérea alemã proprietária da Germanwings, o copiloto entrou para o quadro da empresa em setembro de 2013. Para isso, passou por exames médicos e psicológicos, que o avaliaram como “100% apto para voar”, “sem qualquer anomalia”. Durante o treinamento, ele havia tido uma interrupção temporária na formação, mas voltou para finalizá-la.

Spohr reforçou por diversas vezes a ideia de que os pilotos da Lufthansa são os “melhores do mundo”. E pediu para que os passageiros não percam a confiança na tripulação da companhia aérea.

– Temos plena confiança em nossos pilotos. Eles são e continuam sendo os melhores do mundo. O que aconteceu é um trágico caso isolado – disse o CEO, complementando que “experiências individuais” como a do copiloto não podem ser previstas por nenhum sistema.

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De acordo com Spohr, os funcionários da empresa aérea passam por exames médicos anuais – exames psicológicos mais aprofundados, no entanto, são realizados somente no momento da admissão. Ele disse ainda que a Lufthansa irá avaliar como pode melhorar os testes psicológicos de seus funcionários, mas reiterou que a contratação dos pilotos e membros da tripulação é rigorosa:

– Isso nos deixa atordoados. Nem nos nosso piores pesadelos poderíamos imaginar isso. A Lufthansa seleciona o seu pessoal com muito cuidado, isso faz parte do DNA da empresa.

Questionado sobre a possibilidade de ter sido um suicídio, Spohr foi enfático:

– Quando uma pessoa provoca com a sua morte a morte de outras 149 pessoas, não é a palavra ‘suicídio’ que deve ser empregada.

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Sobre o piloto do avião ter deixado a cabine durante o voo, o representante afirmou que a conduta não estava errada, uma vez que o voo já tinha atingido a altitude de cruzeiro.

Segundo afirmação do promotor francês que investiga o caso, em entrevista coletiva nesta quinta, os registros de áudio da caixa-preta mostram que um dos tripulantes deixou a cabine e que o copiloto estava “vivo e respirando”. Ele disse que o copiloto não disse nenhuma palavra e que “parece ter derrubado o avião deliberadamente”. A aeronave não emitiu qualquer sinal de alerta antes de começar a descida em direção às montanhas, confirmaram autoridades.

Ainda na quarta-feira, uma fonte próxima das investigações disse ao jornal “New York Times” que a gravação da caixa-preta indicava que um dos pilotos teria ficado trancado para fora da cabine e não teria conseguido voltar. A informação foi confirmada na manhã desta quinta-feira pelos investigadores.

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Confira os procedimentos de segurança da cabine do Airbus:

Veja imagens do acidente que matou 150 pessoas na França:

Veja a rota que fazia o avião e onde aconteceu o acidente:

* Zero Hora, com agências