Uma escalação bastante confusa e cheia de equívocos marcou a estreia do técnico Milton Cruz no Figueirense e a do time no returno da Série B, no empate diante do Goiás. Em nenhum dos treinamentos da semana, o time que entrou em campo no sábado foi testado. Mesmo dando o desconto da saída de Robinho, que abandonou o Figueirense na concentração, rumo ao Fluminense, numa negociação que ainda está muito mal explicada. Ferrugem na lateral direita era o primeiro equívoco, Juliano na esquerda era outro. O meio de campo não trabalhava, porque não tinha condições pra isso, com Patrick e Iago perdidos. No ataque Renan Mota voltou a mostrar que luta muito, corre bastante, mas pouco produz.
Continua depois da publicidade
O Figueirense escapou de sair atrás no marcador ainda no primeiro tempo. Mas foi o que aconteceu no segundo tempo, com o rápido Carlos Eduardo sozinho com Saulo. O que restou ao Figueirense foi lutar. Aliás, este foi o único mérito. A equipe lutou muito pelo empate e quase conseguiu uma virada aos 46. Mas Milton Cruz ainda vai precisar conhecer melhor o que tem nas mãos, porque no primeiro jogo a sensação que ficou é que ele não tem a real noção do que os jogadores podem dar ou não.
A fuga de Robinho
O atacante Robinho abandonou o Figueirense na concentração. Fugiu do jogo por causa da negociação encaminhada com o Fluminense, num desfecho atravessado para uma bonita história que vinha escrevendo com a camisa alvinegra. A negociação ainda não está muito bem explicada. À beira do gramado, minutos antes da partida diante do Goiás, o CEO, Alex Bourgeois declarou que o Figueirense não havia exercido o direito de compra de 50% do atleta. Poucos minutos depois, em visita à cabina de CBN Diário, perguntei a ele sobre isto e Bourgeois disse que sim, que havia o clube comprado 50%, tendo direito à metade do dinheiro pago pelo Fluminense. Mas a impressão que ficou foi da incerteza, de alguém que ainda está conhecendo o todo do ¿negócio¿ Figueirense, que agora é dele e dos sócios dele. Vou repetir o que disse no sábado: seria interessante que a nova gestão acostumasse o torcedor com clarezas, com transparências. Muitas confidencialidades podem até proteger o negócio e os negociadores, mas ferem a credibilidade. Quanto a Robinho, que tenha sucesso no novo clube, afinal, talento tem, apesar de estar muito mal orientado.
Continua depois da publicidade