Nos anos 1970 e 1980, era quase certo. Pequenas ou grandes, muitas lojas e indústrias iram recorrer a elas como uma forma de publicidade um pouco antes da Copa do Mundo. Antes de as informações estarem à disposição em um clique na internet, as tabelinhas com os jogos ajudavam os torcedores a acompanharem o desempenho da Seleção Brasileira e de seus adversários a cada quatro anos. Eram numerosíssimas, mas, com o passar do tempo, foram perdendo impacto junto aos torcedores. O engenheiro aposentado Luiz Ernesto Ferraretto, morador de Canoas, guardou várias delas em seu acervo.

Continua depois da publicidade

Há as produzidas de forma quase artesanal, como a de um bazar de Rio Grande, sua cidade natal, e distribuída na forma de fotocópia nos meses anteriores à realização da Copa do Mundo de 1978, na Argentina. No mesmo ano, a J.H. Santos, então uma das mais tradicionais lojas gaúchas, fazia dobradinha com a Telefunken, distribuindo outra que lembrava os carnês de crediário comuns na época, forma de incentivar as vendas de televisores coloridos da multinacional alemã, ainda uma novidade naquele final de década. A tabela da rede de loja trazia ainda várias informações sobre o certame.

Da de 1982, na Espanha, uma das pilhas Rayovac (ao lado) pretendia uma associação óbvia na época, buscando um dos principais mercados para o produto: o radinho transistorizado, indispensável companhia dos torcedores. Também para a Copa da Espanha, os postos Atlantic distribuíram uma tabelinha curiosa, trazendo bandeirinhas que precisavam ser recortadas e coladas, completando os jogos da segunda fase da Copa. Duas tabelas, no entanto, foram preenchidas com a tristeza do torcedor brasileiro: a de 1998, da Caixa Econômica Federal, tradicional patrocinadora de eventos esportivos, quando da derrota do Brasil, na final, por 3 a 0 para a França, e a de 2014, do Fundo de Assistência à Criança, onde aparecem registrados os sete gols tomados pela Seleção frente aos alemães, na fatídica semifinal realizada em Belo Horizonte.

Colaboração do professor de Jornalismo da UFRGS Luiz Artur Ferraretto

Continua depois da publicidade