Quase encoberto pelos prédios que se espremem por uma brecha em frente ao mar, o Copacabana Palace – Copa, para os mais íntimos – não perdeu o ar de empáfia. Ainda que sua grandiosidade tenha se perdido no oceano de concreto que se transformou a avenida Atlântica, no Rio de Janeiro, a estrutura de nove décadas completas neste ano está longe de ser um mausoléu da sociedade carioca.
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Pelo contrário, a data parece não ter passado com a mesma intensidade com que se viu a transformação da quase invisitada praia de Copacabana nos anos 1920 para a então badalada parada obrigatória do turismo brasileiro. A porta giratória de detalhes douradas dá acesso a um clássico da arquitetura modernista – encomenda especial de Octávio Guinle, por sugestão do então presidente da República Epitácio Pessoa, que almejava um lugar glamouroso para abrigar eventos formais.
Desde 1989, quando a britânica Orient-Express comprou o empreendimento da família brasileira, o prédio vem passando por constantes reformas. A última, em 2012, fechou grande parte das instalações durante cinco meses. Nela, o hotel conseguiu ampliação de 80% no lobby e repaginação de 147 apartamentos do prédio principal – há outro prédio em anexo, construído posteriormente.
Os atrativos do Copa
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É claro que a idade tem seu peso. No caso do Copacabana Palace, ele está positivamente ligado à sensação de subir as escadarias desenhadas, visitar os 13 salões por onde desfilaram príncipes, princesas e estrelas hollywoodianas, se deparar com os quartos com pé-direito alto, que traduzem o fato de que espaço não era um problema em 1923. A modernidade só é reservada aos banheiros e à acessibilidade introduzida há pouco tempo.
A mobília segue padrões clássicos nos apartamentos mais simples, com vista interna, até aos mais luxuosos do sexto andar, onde costumam se hospedar as celebridades e a concorrência é grande para a noite de Réveillon, já que por lá a queima de fogos se torna praticamente exclusiva diante do alvoroço da praia de Copacabana.
Hospedar-se no Copa é uma experiência, digamos, obrigatória se você puder desembolsar as diárias que vão de R$ 1.490 a R$ 6,8 mil. E se você não estiver com disposição para desbravar o Rio, é recomendável aproveitar, em pelo menos dois dias, o que o hotel tem a oferecer.
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A piscina e suas espreguiçadeiras são sempre convidativas. Em frente e atrás dela, dois restaurantes oferecem atendimento no almoço e no jantar. O Pérgula, onde também é servido o café da manhã, é uma opção de cardápio cosmopolita que pode satisfazer o hóspede – e qualquer um, pois é aberto ao público em geral – com um típico picadinho até uma receita nova-iorquina de hambúrguer.
O Cipriani é um elegante restaurante italiano. Comandado pelo italiano Nicola Finamore, tem como diferencial uma oportunidade inusitada de experiência gastronômica. Os mais curiosos podem reservar a “mesa do chef”, um espaço para até seis pessoas acoplado à cozinha. Enquanto atende aos pedidos dos clientes do restaurante, Finamore elabora os pratos do cardápio e receitas exclusivas para os que escolhem a mesa privilegiada.
Para relaxar, é impossível não passar pelo Palace Spa. O espaço de 900 m² oferece mais de 20 tipos de tratamento, incluindo massagens rápidas até rituais de cinco horas, com um menu especial desenvolvido pelo chef Francesco Carli. No mesmo prédio funcionam um salão de beleza e uma academia de ginástica.
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Mas se estiver disposto a ir às compras, duas butiques e uma joalheria também estão à mão. A 1923 é especializada em moda feminina e a Villa Copa é mais casual e diversificada. Ambas vendem marcas nacionais e internacionais e algumas peças são exclusivas. Entre as marcas estrangeiras, estão as coleções de Roland Mouret, Roberto Cavalli, Oscar de la Renta, Jean Paul Gaultier e Missoni.

Palco das celebridades
Se você entrar no Copacabana Palace somente para desfrutar dos restaurantes, Spa, lojas ou participar de um evento nos salões, não pense que poderá subir livremente pelo elevador e desbravar os largos corredores. Os hóspedes têm acesso somente ao andar em que estão instalados – por meio de um cartão magnético – e há muitos seguranças para garantir este controle. Isso porque o Copa frequentemente é escolha de pessoas ilustres.
A gerente-geral, Andréa Natal, diz que este convívio não desestabiliza o funcionamento do lugar, que tem até quatro saídas estratégicas e consegue muito bem manter suas atividades “normais” mesmo tendo uma celebridade instalada por lá. E não são poucas. As paredes dos corredores que ligam aos salões, na sobreloja do prédio, acomodam dupla fileira de retratos enquadrados das personalidades que passaram por lá – algumas em sigilo e outras estampadas em capas de revistas.
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Na galeria dos famosos constam nomes como Walt Disney, princesa Diana, príncipe Charles, Santos Dumont, Brigitte Bardot (foto) Carmem Miranda, Bonno, Calvin Klein e as mais recentes Gisele Bündchen, Catherine Zeta-Jones, Nelson Mandela, Mick Jagger, Rod Stewart, Keith Sutterland, Will Smith, Madonna, Hugh Jackman, Penelope Cruz, Javier Barden e Tom Cruise.
O Copa assina um contrato de sigilo sobre os hóspedes. Por isso é possível que informações divulgadas como exigências, rituais ou hábitos dos famosos relacionados ao período de hospedagem sejam só boatos.
Mas toda a segurança que o hotel oferece não impede que fatos engraçados aconteçam, como o da hóspede que levou para seu quarto o retrato do ator Richard Gere. Tão logo a equipe notou a falta do objeto no corredor, a fã – uma espanhola – deixou o quadro em seu quarto com um bilhete que dizia: “Para não dormir sozinha, levei Richard Gere para me fazer companhia”.
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