As análises para controle antidoping da Copa do Mundo de 2014 poderão ser monitoradas por satélite. Os testes seriam feitos em um laboratório instalado temporariamente no Rio de Janeiro para atender à competição. A Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, do Ministério do Esporte, prepara a proposta de instalação da unidade para apresentá-la à Fifa.

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– Um laboratório que esteja acreditado monta uma operação por satélite no Rio de Janeiro para atender, especificamente, à Copa. Essa operação precisa ser acertada com a Fifa e depois aprovada pela Agência Mundial Antidoping (AMA) – esclareceu o diretor executivo da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, Marco Aurelio Klein.

Segundo o diretor, essa é a opção para fazer, no Brasil, os exames de sangue e de urina do Mundial de Futebol que vai ocorrer no país, uma vez que o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (Ladetec) foi descredenciado pela AMA, em agosto deste ano, por falhas em exames antidoping.

Antes do descredenciamento, todos os exames de competições esportivas brasileiras – como os dos jogos de futebol da Taça Libertadores da América – e de países próximos (Argentina, Uruguai e Chile) eram feitos no Ladetec, que pertence ao Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro. No caso dos campeonatos de primeira e segunda divisões, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) encaminha as análises de controle de dopagem a um laboratório de Bogotá, na Colômbia.

Investimento em laboratório brasileiro

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para reaver permissão de atuação

Para conseguir uma nova acreditação ao Ladetec, os ministérios do Esporte e da Educação investem na construção de um prédio e no reequipamento do laboratório, em frente ao local atual. A pasta do Esporte é responsável por 80% dos recursos aplicados na obra. O da Educação, pelo restante. De acordo com o ministério do Esporte, foram repassados à Universidade Federal do Rio de Janeiro R$ 15,7 milhões.

Junto com o diretor do Ladetec, Francisco Radler, o diretor executivo da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, participou de uma reunião em setembro, na sede da AMA, em Montreal no Canadá, para discutir a situação do laboratório brasileiro. De acordo com Klein, ficou acertado que logo que as obras e as instalações dos equipamentos mais modernos que estão programadas estejam concluídas, o governo brasileiro pedirá o recredenciamento do Ladetec. A previsão de Klein é usar o novo prédio do Ladetec durante os Jogos Olímpicos de 2016,

A América Latina tem quatro laboratórios, o do México que foi acreditado este ano; um em Havana, em Cuba; o de Bogotá, na Colômbia, e o do Rio de Janeiro, no Brasil, que é o mais antigo. No Hemisfério Sul há apenas mais dois laboratórios, além do brasileiro. Um em Joanesburgo, na África do Sul e outro em Sydney, na Austrália. “O nosso, no momento, não está acreditado, mas será novamente”, completou Klein.