Além dos gols, dos craques e das zebras, a Copa da África do Sul reservou momentos de tensão nos bastidores das seleções. De problemas nas escalações a brigas entre integrantes da mesma comissão técnica, o Mundial que está no fim promete deixar lembranças pouco animadoras para algumas equipes.
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O clicEsportes compilou alguns momentos de turbulência do torneio. Confira:

Faltou bola – Impotente no banco de reservas, Marcello Lippi viu um time pouco talentoso e envelhecido ser eliminado na primeira fase. Atuais campeões mundiais, os italianos chegaram à África com poucas soluções ofensivas, com Cannavaro em má fase e, para piorar, sem o capitão Pirlo. Lesionado, o meia atuou no sacrífcio nos minutos finais da derrota histórica para a Eslováquia. Impiedosa, a imprensa local rotulou o grupo como a “pior seleção de todos os tempos“.

Roupa suja – Deco desaprovou sua substituição contra a Costa do Marfim. Também alegou estar atuando fora de sua posição predileta. Até aí tudo bem, se todo seu descontentamento não tivesse sido feito aos microfones da imprensa mundial. O técnico Carlos Queiroz não gostou, sacou Deco e promoveu Tiago, que entrou e não mais saiu do meio-campo português. Uma lesão ainda atrapalharia Deco num possível retorno aos titulares.

Vidraça lusa – Cristiano Ronaldo não teve sossego na Copa. O atacante virou o grande alvo da fúria dos portugueses ao se negar a dar entrevista após a eliminação diante da Espanha e no desembarque em Lisboa. Ronaldo ainda ouviu indiretas do técnico Carlos Queiroz e críticas do ex-jogador da seleção Luis Figo: “O capitão deve sempre defender o grupo”.
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Nervos de aço? – Depois de dominar o primeiro tempo e descer aos vestiários vencendo por 1 a 0, a Seleção Brasileira desmantelou-se ao levar um gol ocasional da Holanda, logo aos sete minutos da etapa final. Resultado do descontrole emocional: virada laranja, expulsão infantil de Felipe Melo e eliminação precoce, nas quartas de final.

Charutos e Barbados – Com um futebol pobre, a Inglaterra virou assunto fora de campo: a imprensa inglesa não perdoou o descaso do grupo após a eliminação e fez marcação cerrada na comissão técnica: uma foto tirada logo após o jogo contra a Alemanha mostrou jogadores com charutos e bebidas no hotel; depois, descobriu-se que Rooney reservara passagens para Barbados dois dias antes da decisão nas oitavas; Capello também foi alvo: jornais ingleses não pouparam o técnico por ter ido para a Suíça após a goleada aplicada pelos alemães.

Castigo cancelado – O presidente da Nigéria foi drástico após a eliminação da seleção na primeira fase da Copa. Goodluck Jonathan havia proibido o time de jogar partidas oficiais por dois anos para que o futebol fosse reestruturado no país. Mas, com ameaça da Fifa de suspender a federação nigeriana, o presidente revogou a medida.

Crise total – Se o conceito de futebol total foi amplificado pela Holanda na Copa de 1974, a França de 2010 consagrou a “crise total”. O elenco dos Bleus amealhou turbulências entre técnico e jogadores, entre jogadores, além de briga entre o preparador físico e o capitão. Resultado: uma pífia campanha na primeira fase, com um empate e duas derrotas. A crise francesa chegou a ser tratada como problema de Estado pelo governo do país.
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Fotos: AFP