Coordenador da Ocupação Amarildo afirma que a polícia foi para um massacre

Na madrugada deste sábado, as famílias da Ocupação Amarildo, localizada na SC-401, tentaram migrar de local. A movimentação se deu para o terreno ao lado. Segundo informações da Polícia Militar Rodoviária do Norte da Ilha, uma ocorrência foi gerada por volta das 14h.

No meio da tarde deste sábado, as duas vias da SC-401 estavam bloqueadas pela PMRv e policiais da Tropa de Choque, Cavalaria, Bope e Polícia Civil marcavam presença dentro da ocupação. As rodovias permaneceram fechadas por volta de uma hora.

Pela ordem judicial para liberar o terreno até o dia 15, os ocupante decidiram tentar migrar para um terreno ao lado, como uma forma de cumprir o acordo, disse um dos coordenadores da Ocupação, Rui Fernando. A migração teria sido tranquila até a chegada dos policiais.

– Eles vieram preparados para um massacre, com cavalos, cachorros e armamento pesado – afirma Rui.

O coordenador ainda relata que, para a polícia recuar, eles tiveram que negociar. Os líderes teriam solicitado a presença do Incra, mas não houve confirmação da chegada. Ainda conforme ele, os ocupantes alegam que a área foi roubada pelo Estado e que tentaram negociar anteriormente com o Governo, mas não obtiveram sucesso.

– Nós procuramos o governo do Estado que prefere usar a bala dos soldados do que uma conversa. Eles sempre mandam a polícia para lidar com o povo, mas está todo mundo vendo isso e o governador vai ser denunciado. Nós queremos terra, trabalho e teto.

A Polícia Militar, por meio de seu núcleo de comunicação, disse que o batalhão de Choque e o Bope foram mobilizados para impedir que uma nova área fosse ocupada em Florianópolis. Ao mudar de terreno, os integrantes da Ocupação Amarildo estariam descumprindo o acordo judicial de deixar o acampamento no dia 15 de abril.

Ainda no início da noite, não ocorreu nenhum confronto violento entre a polícia e os membros da ocupação, de acordo com os integrantes da Amarildo e também pelo núcleo de comunicação da PM.