“O Estado brasileiro sempre teve influência na formação de nossa sociedade e na vida econômica do país. Hoje, o que está pegando no Brasil é saber se o Estado continuará a ter um peso econômico relevante ou vai se tornar mais moderado e seletivo.
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As eleições estão aí e há várias incertezas nesse campo, especialmente com relação à extensão, à intensidade e à duração dessa presença. Considerando as possibilidades, os economistas Fabio Giambiagi, Cláudio Porto e Andréa Belfort vislumbram quatro cenários para o crescimento econômico no horizonte brasileiro: 1º) Volta aos anos 1970, com a presença ampla do Estado na economia e limitada inserção econômica global; 2º) o capitalismo chinês “à brasileira”, com forte inserção econômica global e presença ampla do Estado na economia; 3º) um choque de capitalismo ortodoxo e ampla inserção econômica global com presença seletiva do Estado na economia; e 4º) um novo recolhimento “fôlego curto”, com o Estado participando moderadamente na economia e limitando a inserção econômica global.
Em um balaço dos cenários plausíveis, tem-se as consequências: para a primeira alternativa, um Estado com forte ativismo na economia em um país-baleia, que tem massa crítica interna (mercado e recursos naturais) e oportunidades atraentes para a poupança externa; no segundo cenário, um Estado sustentável, considerando haver significativa ampliação da eficiência gerencial do Estado. No cenário seguinte, um Estado que consegue crescimento econômico entre 4,5% e 5,5%, politicamente, provável em curto prazo. E no último, um Estado com trajetória de dificuldades crescentes que pode conduzir a uma situação vivida nas décadas de 1980-1990.
É possível antecipar que, na vida real, muito mais complexa, nenhum desses cenários acontecerá como descrito. Todavia, eles podem ser úteis ao Estado como coordenadas para uma análise das possibilidades e limites da economia nesse horizonte, para chegar ao limiar dos padrões de desenvolvimento de primeiro mundo.“
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