O cooperativismo catarinense cresceu 2,67% no ano passado e alcançou o maior faturamento da história: R$ 32,6 bilhões. Os dados foram divulgados quinta-feira pela Organização das Cooperativas de Santa Catarina (Ocesc).
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Apesar do desempenho modesto – abaixo da inflação de 2,95% no período –, o balanço do setor é considerado expressivo em um ano tumultuado para o agronegócio, segmento que representa 63% do movimento econômico de todo o sistema no Estado (veja mais no gráfico ao lado). Além das operações da Polícia Federal que apuram supostas irregularidades em frigoríficos do país – as cooperativas não estão entre as marcas suspeitas –, houve embargos à exportação da carne brasileira.
– Nós tínhamos em vista um crescimento maior (para o ano). Mas a agropecuária representa uma grande parte do segmento. Realmente não conseguimos um faturamento maior, mas tivemos um resultado bem satisfatório – destaca o presidente da Osesc, Luiz Vicente Suzin.
O segmento de crédito registrou o maior incremento de receita no período. Faturou R$ 5,38 bilhões, alta de 17%, seguido pela saúde (11%) e transporte (5%). A agropecuária, porém, ficou estável com 0,5% de crescimento.
Para este ano, Suzin estima aumento de receita entre 8% e 10%. Isso se a União Européia e a Rússia retirarem o embargo à compra de carne suína e de frango.
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Apenas os russos representam 30% das exportações catarinenses de proteína suína, o que acertou em cheio o Estado. Desde novembro do ano passado, eles suspenderam a importação, o que tem gerado cerca de US$ 9 milhões de prejuízo por mês.
O resultado (lucro) das cooperativas também registrou recorde em 2017: R$ 1,6 bilhão, 41% maior na comparação com 2016.
Número de empregos e cooperados cresce
Se o faturamento cresceu pouco, o número de cooperados mostra que o setor aumenta no Estado. No ano passado, 294,7 mil pessoas entraram para o cooperativismo, aumento de 8,59% ante 2016. Hoje, são 2,3 milhões de associados em 263 cooperativas espalhadas por Santa Catarina.
Outro dado que mostra o desempenho positivo do setor é o número de empregos gerados. No ano passado, o setor tinha 60,5 mil empregados, alta de 5% na comparação com 2016.
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– A retomada do crescimento, entretanto, será lenta e gradual com forte dependência de um componente político: as eleições de 2018 – destaca Suzin.