Cooperativas de reciclagem de Jaraguá do Sul esperam publicação de edital

* A colunista Cinthia Raasch está de férias. Ela volta a escrever na edição do dia 24 de agosto.

A demora na publicação do edital que vai permitir o cadastro de cooperativas de reciclagem de lixo em Jaraguá do Sul está dificultando a vida de quem se adiantou ao processo e já trabalha de forma regular, com registro de funcionários e com as licenças ambientais e sanitárias necessárias. A reclamação é de responsáveis por unidades que já estão com a documentação em dia.

A Prefeitura está finalizando a análise do documento, que está sendo organizado desde que o Programa Recicla Jaraguá foi lançado, no fim de 2013. A Procuradoria do município garante que vai terminar o edital até o fim deste mês. Depois, o documento será enviado para análise da Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama) para, então, ser publicado e dar início ao credenciamento das cooperativas interessadas.

– Este é o primeiro edital desta natureza no município, por isso a demora – explica o presidente da Fujama, Leocádio Neves e Silva.

Menos material

A bronca é a seguinte: 11 cooperativas recebem o lixo reciclável recolhido das ruas pela Prefeitura de Jaraguá. Dessas, menos da metade tem licenças ambientais e alvará. Uma vez publicado o edital, somente as cooperativas cadastradas e com as licenças exigidas em lei poderão receber o material.

Ocorre que, enquanto o documento não sai da gaveta, todas as 11 atendem à Prefeitura. E isso, alega o responsável pela Cooperativa dos Trabalhadores e dos Recicladores Jaraguaenses JVS, Adilson Luiz Dalcanale, faz com que as unidades já regularizadas recebam menos material do que têm capacidade.

– Nossa briga é para que saia o edital. Investimos no espaço porque acreditamos no Recicla Jaraguá. Mas, agora, há dias em que preciso dispensar funcionários porque não há carga suficiente para manter o funcionamento do local.

Mais demanda

A JVS recebe cerca de 10 mil quilos de material por semana. Mas, conforme Dalcanale, o local tem capacidade para fazer a triagem de 4 mil quilos por dia.

– Assim, fica difícil manter funcionários. Investimos em melhorias exigidas e pagamos impostos. Tínhamos 21 funcionários. Hoje, estamos com 14. Se continuar assim, em breve terei de dispensar mais pessoas. Quem fez as adequações necessárias tem muito mais capacidade de triagem. E as cooperativas que não estão legalizadas tiram nosso material.

O presidente da Fujama alega que não pode deixar de distribuir para as 11 cooperativas inscritas no Recicla Jaraguá enquanto o edital não for publicado.

– Depois, vamos separar. Quem não estiver com a documentação em dia, como exige a lei, não receberá o lixo. Mas há um limite de material recolhido. E essa demanda não depende da Prefeitura, mas, sim, da separação de lixo feita pela comunidade. Mesmo depois do edital, vamos manter a igualdade no envio de carga. Todas as cooperativas que estiverem cadastradas vão receber a mesma quantidade de material, assim como ocorre hoje.

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