O agronegócio catarinense está vivendo um ótimo período. Os números referentes à produção e exportação são motivo de celebração e de otimismo para o futuro. Só em exportação de carne suína, Santa Catarina lidera o ranking nacional, comercializando com mercados exigentes.

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Entre janeiro e outubro deste ano o Estado já superou o que faturou com exportações em todo 2018. De acordo com o Ministério da Agricultura, em dados divulgados em novembro, nesses 10 meses Santa Catarina embarcou 330,5 mil toneladas de proteína suína, o que gerou US$ 670,4 milhões.

A carne de frango catarinense também teve destaque. De janeiro a agosto de 2019, o Estado faturou US$ 1,59 bi em exportação da proteína, sendo responsável por 34,45% das receitas brasileiras geradas pela exportação do produto naquele período.

Uma parte significativa da produção no Estado vem de cooperativas e associações de produtores rurais, que encontraram nesse modelo uma forma de manter seu trabalho no campo juntamente com empresas privadas.

A força da produção nas cooperativas catarinenses

Cooperativas, segundo a Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina, são grupos de pessoas que possuem o mesmo interesse, e formam um movimento social baseado na movimentação econômica dessa associação. Uma parte considerável das cooperativas é formada por famílias de agricultores, que representou 50,7% do Valor Bruto da Produção Agropecuária em 2017, que foi de R$ 20,48 bilhões. Segundo último Censo Agro divulgado, 78% das propriedades rurais estão neste modelo de agricultura familiar, ocupando 364 mil pessoas e 2,45 milhões de hectares cultivados. Além disso, o valor da produção dos pequenos cultivos é o quinto maior do Brasil, com R$ 10,38 bilhões.

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Santa Catarina tem uma agricultura familiar altamente produtiva e inserida no agronegócio, muito em razão do modelo de cooperativas que elas adotam.

De acordo com o estudo feito pelo IBGE, Santa Catarina tinha quase 15 mil trabalhadores rurais produzindo pelo sistema de cooperativas, totalizando 47 cooperativas agropecuárias.

Elas representaram, em 2018, 62% do movimento econômico de todo o sistema cooperativista catarinense. O faturamento anual do ramo agropecuário foi de R$ 22 bilhões, gerando ao Estado mais de R$ 1,3 bi em impostos. Os dados são da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc).

No conjunto, essas cooperativas mantêm um quadro social de 71.629 cooperados, que empregam mais de 40 mil pessoas.

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A força desse segmento é resultado de uma produção intensa. Em 2017 as cooperativas catarinenses foram responsáveis por mais da metade da produção de soja, milho e suínos de todo o Estado. Elas contribuíram com 76,59% (1,4 milhão de toneladas) da produção total da soja, destaque na lavoura temporária do Estado em 2017 com 1,9 milhão de toneladas produzidas.

Reconhecimento Internacional

A força das cooperativas catarinenses, em especial as ligadas à produção de carne, é reconhecida internacionalmente. Em julho de 2018 a revista Forbes Brasil elencou as 50 maiores empresas de agronegócio no país. Duas dessas são cooperativas de Santa Catarina: Cooperalfa e Aurora Alimentos. Aurora trabalha como uma cooperativa central, que engloba outras 11 cooperativas. Mais de 65 mil famílias fazem parte do quadro de associados. Já a Cooperalfa, com quase 20 mil associados, faturou naquele ano um montante de R$ 3,3 bi.

Para José Zeferino Pedrozo, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), os próximos anos deverão ser ainda melhores para a economia das cooperativas.

— Santa Catarina vive um dos momentos mais marcantes do sistema cooperativista, graças às diversas famílias que atuam nas cooperativas, como também seus pioneiros e lideranças. Nosso corpo cooperativo já tem muito conhecimento de casa, vem de família e está consolidado entre os produtores rurais. E agora temos a oportunidade de abastecer mercados com alta demanda por, ao que tudo indica, um bom tempo — comemora o presidente.

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Pedrozo se refere ao mercado asiático, que, com a crise que a China e outros países enfrentam com a Peste Suína Africana (PSA), tiveram seus rebanhos suínos reduzidos e estão importando intensamente proteína animal do Brasil, principalmente de Santa Catarina, única no estado com certificados de sanidade animal pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livre de febre aftosa.

— O fantasma do desemprego no sistema cooperativo não existe. Tanto é que nossas cooperativas têm de buscar mão-de-obra em outros estados ou países, como a Venezuela e Haiti. O desemprego no Oeste de Santa Catarina é menor que 5%, enquanto a média nacional é muito maior – ressalta Pedrozo.

Os dados demonstram a força da produção catarinense. Para saber mais sobre o setor, acompanhe o canal Agro de Valor.