Santa Catarina é o Estado com mais cooperativas de infraestrutura do Brasil. A Federação das Cooperativas de Energia e Desenvolvimento Rural de SC (Fecoerusc) tem 22 filiadas com 220 mil associados, o que beneficia cerca de 650 mil pessoas – o país conta com 130.

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– Este é um ramo que existe, basicamente, devido à necessidade de levar energia elétrica ao interior com menor custo e com maior agilidade. Assegura conforto e qualidade de vida às famílias catarinenses – afirma Marcos Antônio Zordan, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc).

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Nilso Pedro Pereira, presidente da Fecoesrusc, afirma que após a conquista da permissão federal como prestadoras de serviço público de distribuição de energia, as cooperativas do ramo passam por um momento delicado, pois tiveram que assumir inúmeros deveres junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

– O modelo aplicado ao setor elétrico privilegia os grandes agentes. Aí vem o nosso desafio: compatibilizar os serviços restados pelos empreendimentos com os demais integrantes do setor elétrico nacional – diz Pereira.

O cooperativismo de energia elétrica faz parte da história da eletrificação rural de Santa Catarina. A primeira foi implantada em 1959. Na época a adesão era compulsória. Hoje, elas atendem a um público abrangente e não há obrigatoriedade de se filiar.

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Santa Catarina tem hoje o maior índice de eletrificação rural do país: 98% das propriedades são energizadas.

– Em um mercado extremamente competitivo, temos que investir em novas tecnologias, nos processos e agilizar as decisões e o atendimento sem esquecer da gestão – defende o presidente da Federação das Cooperativas.

Do lampião à

excelência em eletrificação

Em 1974, quando nasceu a Ceraçá, o lampião era o companheiro das noites escuras. Foi o desejo de 127 agricultores em ter a energia elétrica nas propriedades rurais que deu início ao que hoje é a maior cooperativa de infraestrutura de Santa Catarina.

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– Havia um projeto de eletrificação rural por parte do governo estadual, que utilizou-se das cooperativas para acessar recursos externos. Com isso, na década de 1970 vários empreendimentos de eletrificação rural foram criados.

Devido a postura ética desde o seu início, a Ceraçá foi a única a sobreviver no Grande Oeste catarinense – lembra José Samuel Thiesen, presidente da Ceraçá.

Expansão de atividades marca trajetória

Entre os desafios enfrentados pela cooperativa, um se destacou: a necessidade de substituir os postes de madeira. Da dificuldade, veio a possibilidade da instalação de uma fábrica de pré-fabricados. O projeto, que seria para a confecção de postes de concreto, é hoje importante braço da Ceraçá.

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– Nos tornamos especialistas ainda na construção de silos de armazenagem e em estruturas pré-fabricadas. E vamos mais longe: em 2013 a Ceraçá iniciou a execução da parte civil da obra de construção da PCH São Jorge, em Romelândia – diz Thiesen.

José Samuel Thiesen, presidente da Ceraçá

Crédito: Ceraçá/divulgação

O primeiro braço da cooperativa, além da eletrificação rural, foi a comercialização de materiais elétricos. Depois, passou a comercializar materiais de construção e eletrodomésticos. Hoje, a Ceraçá tem uma rede de sete lojas, um posto de combustíveis e mecânica de automóveis, motores e automação industrial.

– A Ceraçá é referência no cooperativismo, no desenvolvimento e distribuição de energia em 13 municípios da Região Oeste – exalta Nilso Pedro Pereira, presidente da Fecoesrusc.

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