(Foto: Arte NSC Total)

Todo empreendedor que deseja escalar seu negócio sabe da importância de leva-lo além de seu limite geográfico. Oriundo da globalização, o estreitamento das fronteiras trouxe inúmeras oportunidades de integração, facilitação da troca de produtos e capital intelectual, além de permitir o surgimento de novos modelos de negócios. Porém, existem alguns obstáculos, como a complexidade de se entrar no mercado global. Os Centros de Inovação desempenham neste sentido papel fundamental para diminuir estes obstáculos e potencializar os benefícios gerados da internacionalização dos negócios.

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Os hubs de inovação, além de disporem de uma infraestrutura de suporte, incubadora, aceleradora e acesso a capital, através de uma linha de conexão com as instituições de pesquisa e desenvolvimento nacionais e internacionais, conectam as empresas a um networking privilegiado, de modo a acelerar e qualificar o crescimento em áreas e setores específicos.

Os Centro de Inovação auxiliam também nas demandas das empresas ligadas a estes hubs, ou mesmo em negócios estratégicos da região, buscando iniciativas de cooperação com parceiros internacionais nas áreas e temas prioritários da especialização inteligente da região, que abordamos no artigo anterior, promovendo eventos que envolvem a participação de entidades e organismos de outros países, de modo a proporcionar a transferência de conhecimento e expertise, que se torna cada vez mais intensiva.

O nível de inserção internacional é um dos grandes indicadores de força de um ecossistema de inovação. Para alcança-lo, é preciso desenvolver programas que: (i) capacitem e auxiliem as empresas ligadas a venderem para clientes de outros países, (ii) façam pontes para que elas construam parcerias com empresas estrangeiras e que (iii) deem suporte à instalação de filiais ou escritórios de representação em outros países. Ter presença marcada na sua cadeia de valor global é fundamental para a competitividade dos negócios e do território.

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Em 2012, a OCDE mencionou que países e instituições estão entrando numa rede de talentos globais com troca de know how e expertise, fazendo com que sejam criados novos programas e novos métodos de ensino e pesquisa. Desta forma, precisamos liderar acordos de cooperação para inserir os empreendedores, pesquisadores ou entidades específicas do ecossistema em redes institucionais para colaboração internacional em pesquisa, desenvolvimento e educação. Através da Rede Catarinense de Centros de Inovação, proposta pela SDE – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Santa Catarina, é possível buscar cooperação e projetos colaborativos com organismos internacionais, a fim de acessar recursos técnicos altamente qualificados, assim como recursos financeiros e conexões que só este tipo de entidade multilateral pode oferecer. Conseguimos assim, apoiar e motivar pesquisadores e empresas a buscarem cooperação internacional para projetos de pesquisa ou desenvolvimento em colaboração com especialistas de ponta em outras partes do mundo.

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Além do aumento da capacidade de inovação, a cooperação com organizações internacionais se traduz em benefícios e oportunidades para as empresas, que podem vir a estabelecer uma partilha de objetivos, recursos e resultados, e assim a gestão e os ganhos de valor conjuntos e competências únicas que, de outra forma dificilmente seriam alcançados.

Países economicamente desenvolvidos se caracterizam por disseminar a cultura de empreendedorismo e inovação através do intercâmbio não somente entre os agentes de inovação (universidades, empresas, etc.), mas também pelos seus habitats de inovação, compartilhando através de uma rede as boas práticas a disseminação do conhecimento e as experiências, de modo que possa fomentar e desenvolver um ecossistema não somente local, mas também global.

Devemos estar em constante conexão e intercâmbio com outros ambientes de inovação nacionais e internacionais, para que a partir disso possamos acelerar o ritmo de crescimento e, sobretudo, de aperfeiçoamento dos serviços prestados e dos projetos desenvolvidos em nosso ecossistema. Inúmeros países já superaram o estágio de desenvolvimento dos seus sistemas de ciência, tecnologia, inovação e empreendedorismo, e no estágio de desenvolvimento que nos encontramos hoje, não há razão para que não nos utilizemos das suas experiências acumuladas para nosso próprio crescimento.

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*Fabiano Odebrecht é diretor executivo da Incubadora Gene de Inovação e Tecnologia