Desde a sexta-feira passada, A Bela e a Fera estão dançando em 3D numa sala perto de você. Elas são 111 em todo o Brasil e exibem a animação de Kirk Wise e Gary Trousdale somente em cópias dubladas. Nesta semana, Star Wars Episódio 1 – A Ameaça Fantasma também ganha nova formatação e invade as telas em 3D. Hollywood está passando seu acervo a limpo. Desde que O Rei Leão, relançado em 3D no ano passado, atingiu quase US$ 100 milhões no mercado doméstico – batendo, por exemplo, as receitas de As Aventuras de Tintim -, a febre da conversão se consolidou na indústria. Continua depois da publicidade
– O público quer 3D -avaliza Robert Newman, que fez a conversão de A Bela e a Fera. Ele explica que a diminuição dos custos também ajuda bastante.
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– Antes, um minuto de conversão não saía por menos US$ 100 mil. Hoje, este custo já baixou para US$ 25 mil. Ficou mais barato, e sem prejuízo da qualidade.
Nos próximos meses, a enxurrada de conversões deve prosseguir. Aí vêm Top Gun, e os tietes estão loucos para ver as acrobacias aéreas de Tom Cruise ao som de Take My Breath Away, bem como Leonardo Di Caprio e Kate Winslet, embalados por My Heart Will Go on, em Titanic.
O caso de Titanic é especial. Na famosa cena da proa no transatlântico, James Cameron interveio agora no original para aumentar a profundidade de campo. Ele afastou a dupla de atores digitalmente e teve de preencher o vazio criado pela nova profundidade, respeitando as cores do entardecer. Não houve nada parecido em A Bela e a Fera. Continua depois da publicidade
– A animação já havia sido feita com técnicas de computador. A movimentação da câmera na cena do baile, quando A Bela e a Fera dançam, estava pronta para o 3D – avaliza Newman.
Antigamente, para ressaltar os efeitos, os personagens viviam atirando coisas – objetos, mas também fazendo movimentos bruscos – para a câmera e o espectador. Isso é passado.
– Para destacar a profundidade, não é preciso nada disso.
Não foi preciso mudar nada em A Bela e a Fera para lhe dar nova roupagem.
– Os pais são os grandes transmissores. Eles levam os filhos para que tenham a chance de conhecer seus clássicos na tela larga. E, ao fazê-lo, redescobrem a própria infância – diz Newman. Continua depois da publicidade
Já está quase pronta a conversão de A Pequena Sereia, mas Newman garante que no catálogo de clássicos da Disney muitos permanecerão intocados.
– Branca de Neve, Pinóquio e Cinderela foram desenhados à mão e a digitalização, nesses casos, é mais complicada.
Mas não é só isso.
– É preciso respeitar também, e principalmente, as escolhas artísticas. Converter A Bela e a Fera não altera nada, mas no caso de Branca de Neve, ou de Cinderela, sim. Continua depois da publicidade
A Pixar, parceira da Disney, também converte seus clássicos. Depois de Toy Story, virão Nemo, Ratatouille.