Parte dos integrantes dos partidos de Joinville não estará unida nas eleições municipais deste ano. As convenções para a escolha de quem apoiar e qual coligação formar para majoritária e proporcional deixaram cicatrizes que dificilmente vão sarar durante os três meses de campanha eleitoral.

Continua depois da publicidade

Nesse cenário, pelo menos seis siglas da cidade tiveram divergências internas expostas. E o PMDB esteve envolvido em cinco episódios. Intervenções nos diretórios municipais e ameaças, votações apertadas dentro dos diretórios e ofertas de cargos em caso de eleição foram alguns dos métodos utilizados para determinar que candidato deveria ser apoiado.

Para os partidos com postulantes à Prefeitura, a espera e a expectativa de mais um aliado valiam o esforço, que foi traduzido em mais tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, além de mais pessoas trabalhando para o candidato.

PSD

Continua depois da publicidade

Desde que Darci de Matos desistiu de concorrer à Prefeitura de Joinville, Kennedy Nunes se colocou como postulante à vaga e acabou confirmando seu nome na disputa. Antes, recebeu convites do PMDB de Joinville para ser vice de Udo Döhler.

Além disso, há Darci de Matos, que é amigo próximo de Marco Tebaldi (PSDB) e grande responsável por levar a maioria das lideranças para o PSD. Ele sempre deixou claro que, caso não houvesse candidato no partido, apoiaria a campanha do seu amigo tucano.

Outras lideranças, como o presidente do Legislativo, Odir Nunes, também demonstraram vontade de apoiar Tebaldi.

Continua depois da publicidade

Vai apoiar quem: PSD

Outra ala queria: PSDB ou PMDB

PSL

Presidente do partido há anos e principal liderança do PSL, a vereadora Dalila Leal ainda não havia definido seu apoio e negociava com PSDB e PMDB. Com o acordo com o PMDB de Udo Döhler mais encaminhado, Marco Tebaldi viajou a São Paulo e conversou com o diretório nacional do PSL.

O resultado do encontro foi uma intervenção no PSL de Joinville. No lugar de Dalila, assumiu seu assessor, Ivo Pinot. Ligado a Tebaldi, ele garantiu o apoio do PSL ao tucano. Em uma última tentativa de tirar o apoio de Tebaldi, Dalila, durante as convenções, colocou seu nome como candidata a prefeita.

Ela argumenta que o assunto não entrou em votação no diretório. Com isso, o partido ficou com Tebaldi. Dalila disse que vai recorrer à Justiça.

Continua depois da publicidade

Vai apoiar quem: PSDB

Outra ala queria: PMDB

PDT

Embora tenha cedido o vice Rodrigo Coelho na chapa de Udo Döhler (PMDB), uma ala do PDT quer apoiar o PT. Aliados desde as eleições de 2008, o PDT sempre teve sob seu comando a Secretaria da Habitação, a Secretaria Regional do Nova Brasília e a Fundamas.

Mas neste ano, com as eleições do novo diretório, as posições mudaram. Duas chapas concorreram ao diretório, uma defendendo a candidatura própria, tendo o nome do advogado Rodrigo Coelho, e outra, comandada por Alsione Gomes, querendo estar no projeto de reeleição de Carlito Merss.

A chapa de Coelho ganhou e o lançou candidato, mas no fim retirou o nome para coligar com o PMDB. Com isso, a outra ala pretende lançar um comitê paralelo para apoiar Carlito.

Continua depois da publicidade

Vai apoiar quem: PMDB

Outra ala queria: PT

PPS

O projeto do PPS de Joinville sempre foi ter um candidato a vice. Dessa forma, lançou Sandro Silva, ex-presidente da Câmara de Vereadores e atual deputado, a prefeito com o objetivo de dar apoio para quem oferecesse a posição de vice na majoritária.

Com isso, as conversas com o PMDB se estreitaram. Mesmo sem oferecer o vice, os peemedebistas trabalharam para Sandro assumir na Assembleia. Enquanto isso, a ala ligada ao vereador Juarez Pereira e ao presidente do diretório municipal, Vande Batisti, aproximou-se de Tebaldi e acabou garantindo apoio à sua campanha.

O governador Colombo (PSD) e o senador Luiz Henrique (PMDB) ainda tentaram levar o PPS para o lado de Udo, sem sucesso. Com a ala de Sandro brigada com o restante do diretório, o PPS acabou lançando Gilberto Boettcher como vice de Tebaldi.

Continua depois da publicidade

Vai apoiar quem: PSDB

Outra ala queria: PMDB

PR

Com José Aluísio Vieira, o Dr. Xuxo, como candidato, o PR mantinha um acordo com o PCdoB e o PRB. As duas siglas apoiariam Xuxo durante o período eleitoral. Xuxo havia feito um acordo com o diretório estadual de mostrar que sua campanha era viável eleitoralmente.

Enquanto isso, fazia lobby em Brasília para garantir a candidatura na cidade. Mesmo assim, o PR-SC sempre deixou claro que se a campanha não chegasse a dois dígitos, Xuxo teria que desistir e o partido iria apoiar o PT de Carlito Merss, o qual tem o vice-prefeito, Ingo Butzke.

Com pesquisas em mãos, Xuxo teria cerca de 6% das intenções de voto. Como não alcançou os 10% e não queria desistir da campanha, o diretório nacional interveio no partido e o tirou do páreo. Com isso, o PR garantiu apoio ao PT. Xuxo entrou na Justiça para ser candidato, mas perdeu. Agora, ele está próximo de apoiar Kennedy Nunes na campanha.

Continua depois da publicidade

Vai apoiar quem: PT

Outra ala queria: PR

PTB

Com as alianças sendo definidas, o PTB circulou na esfera do PMDB. Mas na semana anterior às convenções, o então presidente municipal, Wilmar Hansen, reuniu-se com Carlito e teria sentido a possibilidade de ser vice da chapa petista. Isso fez com que ele tentasse apoiar o PT.

O encontro e a mudança de intenção de apoio criaram mal-estar dentro do PMDB. A partir daí, por intermédio do diretório estadual, houve intervenção no PTB de Joinville e o acordo com o PMDB foi anunciado em coletiva.

O assunto parecia encerrado, mas durante as convenções o apoio a Udo ou a Carlito foi votado e, por 5 votos a 3, o diretório teria escolhido o petista. Apesar do resultado, o diretório estadual o ignorou, dizendo que a decisão era sua e manteve o apoio aos peemedebistas. Enquanto isso, a outra ala diz que vai procurar a Justiça para mudar a decisão.

Continua depois da publicidade

Vai apoiar quem: PMDB

Outra ala queria: PT