Não há sentido em negar: ainda há quem veja com reservas (quando não com total reprovação) homens e mulheres que ostentam tatuagens pelo corpo. Por outro lado, é certo que esse tipo de preconceito diminuiu bastante, fruto de cabeças abertas ao diferente e à popularização dessa arte, panorama que se reflete em um mercado que cresce 20% ao ano no Brasil (segundo o Sebrae-SP). Não é uma total surpresa, portanto, que a Convenção Internacional de Tatuagem de Joinville tenha dobrado de tamanho em apenas um ano.

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A quantidade alucinante de atrações, convidados e serviços da quarta edição comprova o dado e condiz com os 25 mil visitantes esperados desta sexta-feira até domingo na Expoville. Trata-se do segundo maior evento do gênero na América Latina.

O gigantismo da convenção é medido por números, mas também pelo alcance de sua programação, que extrapola, em muito, a oferta de trabalhos de tatuagens. Ainda assim, cerca de 300 estandes estarão espalhados pelo pavilhão e mil profissionais da área comparecerão, seja tatuando, ministrando workshops ou participando de competições.

Além de tatuadores de oito Estados, a lista de presenças inclui nomes dos EUA, da Holanda, de Portugal, do Chile, do Uruguai, da Colômbia e da Argentina.

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– Acho que esta quantidade de expositores esta ótima. Até podemos crescer mais, porém, queremos ter qualidade, dando todo o suporte para que seja um evento de alto nível. Muitos tatuadores brasileiros e estrangeiros querem participar por causa da nossa proposta de ser diferente e multicultural – destaca Sandro Maga, organizador da convenção.

Mesmo quem não deseja marcar o corpo ou conhecer novas tendências artísticas – há workshops sobre body piercing, toy art e narrativa visual, por exemplo – terá muito o que ver e fazer ao longo dos três dias.

Campeonato de skate amador, carros e motos customizados, sete bandas de rock, exposições de arte, suspensão corporal, stand-up com o humorista Away (Gil Brother) e uma gama de figuras exóticas, obrigatórias neste tipo de evento.

Os convidados incluem o uruguaio Victor Hugo Peralta, o homem com o corpo mais modificado do mundo, segundo o Guiness Book; María José Cristerna, a mulher-vampira do México; João Ochetshi, tido como o homem mais tatuado do Brasil; o supermodificado casal paulista Cruella e Johnny Falbo; e o igualmente famoso Zombie Punk.

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O quê: 4ª Convenção Internacional de Tatuagem de Joinville.

Quando: sexta-feira, das 13h às 22h, sábado e domingo, das 11h às 22h.

Onde: Centro de Convenções e Exposições Expoville, rua 15 de novembro, 4.315, Glória.

Quanto: R$ 15 mais 1 kg de alimento não perecível (exceto sal); R$ 20 sem alimento; passaporte para os três dias por R$ 25 mais 2kg de alimento. Ingressos antecipados nas lojas Maga Tattoo Shop, Arte Final, Sid Tattoo, Roca Tattoo, Andy Tattoo e Will Tattoo. Mais informações e programação completa no site do evento.

Katia Mendes da Silva concorre no Miss Pin-up (Foto: Maykon Lammerhirt / Agência RBS)

Duas competições no ramo da beleza

Os olhares também se voltarão para os concursos. O de tatuagem se divide em 20 categorias, e a campeã entre todas elas dará a seu criador passagem para a Holanda e um estande na Amsterdam Tattoo Convention 2017.

No ramo da beleza, serão duas competições: a Musa Brasil, que acontece no domingo e tem a DJ Sabrina Boing Boing como madrinha, escolherá a mais bela tatuada entre dez candidatas de várias partes do País – entre as juradas está a americana Bernadette Macias, personalidade do mundo da tatuagem.

Já a Miss Pin-up acontece amanhã e também tem dez candidatas na disputa, entre elas, as joinvilenses Giovanna Skonieczny (Candy Doll) e Emely Kath Grawe (Cherry Pie).

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Da região Norte de SC ainda participam Bruna Regina da Silva (Miss Darkness), de Schroeder; e Katia Mendes da Silva (KatCris), de Piçarras.

– A pin-up atual é como qualquer outra mulher, apenas com gostos diferentes para roupa. É um estilo muito democrático. Não importa sua idade, altura, peso ou tipo de corpo. Ser uma pin-up está muito mais relacionado a um estado de espírito. Nos faz sentir poderosas, lindas e, acima de tudo, bem conosco mesmas – explica a publicitária Emely, de 25 anos, que desde 2012 adotou o estilo (inspirado no visual das garotas dos anos 1930 a 1960) e faz uso dele diariamente.

Apesar de (ainda) não ter tatuagens, Emely acredita que o preconceito em relação a quem marca o corpo esteja diminuindo. Ela diz que conhece muita gente tatuada ou que deseja fazer tattoos, e que o crescimento da convenção de Joinville é uma prova disso.

Sandro Maga tem a mesma opinião e percebe o interesse pela procura em seu estúdio de tatuagem e nos dos colegas.

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– Acho que o preconceito acabou. Eu tatuo há 28 anos e acompanhei e ajudei nesse processo em Joinville. Somos pessoas normais, com família. Trabalhamos, pagamos impostos, geramos empregos e, cada vez mais, queremos nosso espaço na sociedade – afirma.