Às margens da BR-116, em Santa Cecília, o empresário Gustavo Duarte, 32 anos, administra uma autoelétrica junto com a mulher dele, Joece, de 30 anos. A empresa, com cinco anos de vida, divide com uma borracharia um galpão anexo a um posto de combustíveis.

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Enquanto Gustavo é quem entende do lado técnico e conta com um colaborador para atender a 200 caminhões por mês, em média, toda a parte contábil da microempresa fica a cargo de Joece.

Eles nunca tiveram um controle do caixa e o dinheiro recebido pelo trabalho era administrado como se fosse pessoal. A percepção final desta forma de gerir o dinheiro é que tudo o que era arrecadado ficava no bolso do empresário.

Foi Joece quem inscreveu a empresa para seleção no projeto Eu Empresário, tendo em mente a intenção de melhorar a gestão financeira. O casal nunca teve o hábito de anotar quanto gastava mensalmente ou mesmo qual o valor retirado do caixa.

A falta de controle ainda não comprometeu a saúde financeira da empresa. Mas mudar esta prática pode servir para mostrar que é possível obter lucro e usar esse valor para reinvestir na empresa, fazendo-a crescer.

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– Reeducar a forma de tratar o dinheiro é o primeiro passo. Gerenciar isso é uma das bases para um bom negócio. E é para ajudar nesse ponto que oferecemos uma planilha para acompanhamento diário. No caso deles, isso vai ajudar até a saberem quanto, de fato, faturam todos os meses – explica o consultor Daniel Keller, do Sebrae-SC, que prestou 20 horas de orientação ao casal.

Dados de clientes são organizados

Com exceção da oficina, todas as demais áreas da empresa funcionam em uma sala. É lá que ficam as estantes com o estoque, a mesa de escritório com algumas anotações e um balcão de madeira para as ferramentas.

Para chegar ao trabalho, o casal percorre 22 quilômetros entre Ponte Alta do Norte e a autoelétrica. À noite, eles percorrem outros 45 quilômetros para chegar a Curitibanos, onde Joece cursa arquitetura. Mas as viagens noturnas estão suspensas desde agosto, quando eles adotaram, com poucos dias de vida, Luiz Gustavo.

Em meio aos barulhos de caminhões, chaves e marteladas, Joece administra os cuidados com o bebê e procura melhorar a administração da empresa. No início de agosto ela começou a transcrever os dados dos clientes que possuem convênio com a autoelétrica – uma necessidade para emitir as notas fiscais mensais e cobrar pelos serviços prestados.

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A autoelétrica ter sobrevivido apesar da falta de gestão financeira demonstra, segundo Keller, que este é um negócio rentável. Mas ele precisa de cuidados para evoluir. O sonho de Gustavo é ter uma truck center para atender veículos pesados nas áreas de mecânica, elétrica e borracharia.

Diagnóstico e recomendações do consultor do Sebrae-SC Daniel Keller: