O prefeito Gean Loureiro (MDB) afirmou que ainda nesta semana pretende contratar emergencialmente uma empresa para disponibilizar um guincho para ficar de sobreaviso durante 24 horas por dia nas alças das pontes Pedro Ivo Campos e Colombo Salles, no acesso à Ilha de SC, em Florianópolis. Ainda nesta terça-feira, o município vai começar a cotar o preço de três empresas para fechar a contratação sem licitação, com prazo de vigência de 180 dias ou até a conclusão do edital de chamamento público para o mesmo serviço – edital que começará a ser elaborado nas próximas semanas.
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O anúncio foi feita após uma reunião de uma hora e meia, no gabinete de Loureiro, com integrantes das polícias Militar, Rodoviária Federal e Rodoviária Estadual, entre outros. O encontro foi marcado um dia depois de um ônibus quebrado travar ainda mais o já complicado trânsito da cidade e região metropolitana.
Com uma lista de presença extensa no encontro, chamou atenção da reportagem a ausência de algum representante do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) na reunião, uma vez que o órgão é o responsável pela jurisdição das pontes. O prefeito Gean, inclusive, reforçou que o convite foi feito e o Deinfra perdeu uma ótima oportunidade de participar da discussão sobre os problemas de mobilidade que vêm parando cada vez mais a Capital.
Sobre o contrato emergencial, a estimativa inicial da prefeitura é desembolar cerca de R$ 45 mil por mês e dispor diariamente de três operadores para o guincho – cada um cumprindo jornadas de oito horas. Alguns detalhes da contratação ainda estão sendo delineados, como a estrutura que atenderá os funcionários da empresa e os tipos de serviço a serem prestados.
— Agora, vamos fazer a cotação dos valores, no formato exigido. A estrutura para os trabalhadores utilizarem podemos usar a da Polícia Militar. Já os pontos de recuo, para onde o guincho vai levar os carros, foram definidos, serão todos ali no entorno das pontes — explica Gean, antes de acrescentar que insistirá em falar com o Deinfra “para ver” se o órgão “divide os custos do contrato emergencial”.
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Mesmo que o Deinfra não responda, Gean garante que o município arcará com os custos. O prefeito diz que um guincho de 70 toneladas será suficiente para atender tanto caminhões e ônibus como veículos mais leves. Os recursos para bancar o contrato, afirma Gean, virão do fundo de trânsito municipal.
A reportagem tenta contato com algum representante do Deinfra para saber por que o órgão não compareceu à reunião. Contatada, a assessoria de imprensa do órgão disse que verificaria algum dirigente do Deinfra para falar sobre o assunto. Até as 13h55min, a reportagem não obteve retorno do Deinfra.
Intenção da prefeitura é que guincho atenda ocorrências em outros pontos da cidade
O prefeito Gean Loureiro disse que o guincho que ficará nas pontes também será utilizado em outros pontos da Ilha de Santa Catarina no caso de acidentes ou problemas mecânicos com grandes veículos que ocasionem congestionamentos. Embora o contrato deva ser formalizado com foco nas pontes Pedro Ivo e Colombo Salles, Gean aponta que em caso de necessidade o guincho será deslocado para agir em outras regiões de estrangulamento do trânsito, como a avenida Beira-Mar Norte e as SCs 401 e 404.
Um exemplo de situação em que o guincho poderia amenizar as filas na Capital aconteceu em 27 de fevereiro, quando uma carreta com placas do Chile carregada com mostarda e catchup teve problemas mecânicos e parou sobre a SC-401, na altura do bairro João Paulo. As filas, na ocasião, espalharam-se por diferentes pontos de Florianópolis.
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— Se tem um acidente na SC, esse acidente traz impacto na Beira-Mar Norte, então tem que ter um contato direto entre Polícia Rodoviária Estadual e a Guarda Municipal para o guincho já poder atuar na SC e diminuir o transtorno. Ele (guincho) vai poder trabalhar dentro da Ilha também — expõe Gean, para dizer que a média é "três eventos de grande porte" por ano nas pontes.
SC-401 também em debate
Sobre a SC-401, outro dos gargalos do trânsito em Florianópolis, a reunião serviu para a criação de um grupo de trabalho que tratará da questão na cidade. O grupo terá a primeira reunião na próxima terça-feira, dia 19 de março. Para Gean, o que falta é o Deinfra "assinar a ordem de serviço" para revitalizar a rodovia estadual mais movimentada de Santa Catarina.
Ônibus quebrado na manhã de segunda provocou a reunião
Um ônibus de dois andares quebrado no início da manhã de segunda-feira (11) logo após a saída da Ponte Pedro Ivo Campos, em Florianópolis, mais uma vez expôs a falta de soluções para o problema da mobilidade urbana na Região Metropolitana da Capital.
A lentidão no trânsito atingiu a Via Expressa, os bairros Coqueiros, Estreito e Capoeiras e alcançou a BR-101, provocando mais de 14 quilômetros de congestionamento. O ônibus ficou mais de quatro horas parado no local porque não havia um guincho nas proximidades para remover o veículo.
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Agora, com o contrato emergencial, a expectativa é minimizar o caos no trânsito caso um episódio semelhante volte a acontecer.