Baixa remuneração, falta de benefícios e desmotivação no trabalho são alguns motivos que fazem um profissional buscar um outro emprego. Frente a uma possível perda de um talento para a concorrência e também para evitar custos com a contratação de outro profissional, as empresas recorrem à contraproposta para manter o colaborador no emprego atual.
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De acordo com levantamento da Robert Half, empresa de recrutamento especializado, a contraproposta é uma iniciativa comum em 74% das empresas brasileiras. Este é também o principal motivo utilizado pelos profissionais para recusar uma oferta de trabalho, segundo 27% dos diretores de RH brasileiros.
A alternativa, contudo, deve ser avaliada com cuidado pois, em alguns casos, o funcionário pode pedir o desligamento pouco depois de fazer acordo.
– Muitas vezes não é só salário. As pessoas querem sair em função do clima, das atividades que executa. Quando é isso, dificilmente uma proposta salarial vai manter ela no cargo – explica Laurene Meyer, coordenadora de seleção da RH Center, que realiza consultoria empresarial.
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A prática pode, também, causar um mal estar entre os demais colegas de equipe que não receberam aumento salarial.
Empresa precisa valorizar funcionários desde o início
Ainda assim, a EQS Enegenharia, empresa de Florianópolis, utiliza essa alternativa para reter funcionários quando os consideram importantes para a organização e enxergam uma escassez de mão de obra que dificulta a contratação de outra pessoa para a mesma função.
– No ideal da visão do recursos humanos, deve-se valorizar o colaborador durante a trajetória na empresa. Saber de suas necessidades, desempenho e resultados, farão com que essa valorização venha antes de sua colocação no mercado por outra oportunidade – explica Mariana Ramos, gerente de gestão de pessoas da empresa.
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Recentemente, a EQS Engenharia fez uma contraproposta a um funcionário da filial de São Paulo. Pedro Bezerra dos Santos Filho, de 18 anos, havia sido contratado há 5 meses como auxiliar de RH e pediu o desligamento da empresa por estar insatisfeito com o salário.
Após aprovação da diretoria, a organização ofereceu um aumento salarial e propôs novos desafios e responsabilidades para os próximos meses de trabalho. Ele analisou a proposta e, no dia seguinte, aceitou.
>> O que fazer e os pecados da contraproposta
Gestor
Avalie o colaborador. Identificar as experiências e conhecimentos do funcionário, seu desempenho e se seus objetivos estão dentro do planejamento da empresa é o primeiro passo para avaliar se vale a pena mantê-lo no cargo.
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Identifique as insatisfações. Reconhecer o que incomoda o funcionário é importante para saber se aquele é o emprego que ele deseja.
Pondere o que pode ser oferecido. Nem sempre há condições de oferecer um salário melhor, mas outros benefícios ou uma mudança de função podem satisfazer. A oportunidade pode servir para a empresa rever suas políticas de salários e benefícios.
Colaborador
Conheça a empresa. Nem sempre é possível oferecer maior remuneração ou benefícios para uma pessoa só. Se há uma política de salários e benefícios, é improvável que a empresa o mantenha no cargo em troca de maior remuneração.
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Seja honesto. Caso tenha recebido uma proposta com melhor remuneração, mas ainda gosta do emprego atual, converse com o gestor e o RH.
Não minta. Fingir que recebeu uma proposta de emprego para tentar um aumento salarial pode ter o efeito contrário ao desejado.
Fontes: Patrícia Santos, consultora de empresas. Laurene Meyer, coordenadora de seleção da RH Center. Mariana Ramos, gerente de gestão de pessoas na EQS Engenharia
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