A variante Ômicron da Covid-19, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como mais leve, mas altamente transmissível, pode ser a causa da população ser infectada com o vírus duas ou até três vezes no ano. A informação foi divulgada pelo g1 nesta quarta-feira (18).
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Conforme especialistas, o cenário é traçado por um estudo feito na África do Sul onde pesquisadores da Universidade Stellenbosch analisaram cerca de 3 milhões de testes de laboratório positivos até janeiro deste ano.
Em um artigo publicado na revista Science, os profissionais revelaram que as reinfecções do vírus provocadas pelas variantes Beta e Delta eram raros ou quase nulos. Entretanto, com o surgimento da Ômicron, em meados de outubro de 2021, a pesquisa apontou indivíduos que foram reinfectados com o vírus até três vezes.
“A culpada foi a variante Ômicron, que surgiu rapidamente, com múltiplas mutações na proteína spike. A principal vantagem dessa variante é sua capacidade de evitar a imunidade adquirida naturalmente [por infecção anterior]”, disseram os pesquisadores.
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Conforme informou o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo ao g1, ainda não é possível dizer quantas vezes uma pessoa pode ser infectada e reinfectada com o coronavírus, por se tratar de uma doença como as outras respiratórias.
Entretanto, apesar de existir a possibilidade de pegar o vírus várias vezes, a tendência é que não seja identificada uma nova onda de mortes e hospitalizações, como as que aconteceram nos últimos dois anos. Especialistas reforçam sobre a importância do uso de máscaras para evitar a infecção.
Motivos que tornam possível ser infectado e reinfectado com o vírus mais de uma vez:
- As vacinas atuais protegem contra casos graves, mas não contra a infecção pelo coronavírus. Além das máscaras, uma possibilidade de defesa seriam as vacinas nasais, que ainda estão sendo testadas;
- A variante Ômicron, que é a dominante no Brasil, tem capacidade de escapar, em parte, à proteção que é concedida pelas vacinas.
- Algumas subvariantes da Ômicron, mais contagiosas, também passaram a circular, facilitando as reinfecções.
Vacinas nasais
As vacinas nasais, que estão em etapas de testes, podem impedir que o vírus se multiplique por atingirem o ponto de entrada da Covid-19 no corpo: o nariz.
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Segundo a pesquisadora Akiko Iwasaki, da universidade de Yale, que está trabalhando em uma dessas vacinas, elas seriam capazes de promover uma “imunidade esterilizante”.
— As vacinas nasais podem reduzir potencialmente a infecção ao mínimo, o que também reduz o risco de Covid aguda e long. Existem várias vacinas nasais que já estão em diferentes fases de ensaios clínicos. Estou esperançosa de que algumas delas mostrarão respostas imunes suficientes no tecido da mucosa para serem uma vacina melhor do que as intramusculares — explica.
Ainda não existe informações concretas sobre quando as vacinas nasais estarão disponíveis e poderão ser aplicadas nas pessoas. Por esse motivo e pelo vírus continuar circulando no Brasil e no mundo, os especialistas reforçam sobre a importância de manter os cuidados e tomar as vacinas disponíveis.
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