Sorocaba, no interior de São Paulo, tem 700 mil habitantes, é conhecida pela força do futsal – o Magnus, time do craque Falcão, já foi campeão da Liga Nacional –, mas também tem chamado a atenção no futebol. O recente trabalho do São Bento prova que a continuidade é um bom caminho para alcançar resultados expressivos.
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E o reflexo desta sequência de trabalho está no banco de reservas. Há quatro anos, Paulo Roberto Santos dirige o Azulão. A marca é incomum, num País tão acostumado a demitir técnicos. Graças a ele, o time pulou da Série A2 para a A1 do Paulista em 2014 e nela se manteve nas últimas três temporadas.
A confiança da diretoria deu respaldo para Paulo Roberto Santos montar também o grupo que ascendeu à Série C, no ano passado. Dono da terceira melhor campanha na Série D, o São Bento fez 14 jogos, ganhou nove, empatou três e sofreu apenas duas derrotas.
– O acesso para a Série C não foi uma coisa planejada. O São Bento entrou na Série D para participar, mas chegou graças ao trabalho feito pelo Paulo Roberto Santos – analisa Paulo Roberto Júnior, coordenador de esportes da Rádio Ipanema, de Sorocaba.
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Diante de um histórico recente positivo, a dúvida é: até onde o São Bento pode chegar? Segundo Paulo Roberto Júnior, o primeiro objetivo do clube é sempre se manter na elite do futebol paulista. Por este motivo, investiu cerca de R$ 380 mil em folha salarial no Estadual.
Com menos recursos, o clube readequou sua realidade para a Série C e agora gasta cerca de R$ 220 mil. Por este motivo, não há grandes pretensões na Terceira Divisão.
– O São Bento é estreante na Série C, precisa entender o terreno onde está pisando. A ambição é não cair para a Série D, mas, claro, como no ano passado, se chegar, será em razão do bom trabalho.
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No Paulistão deste ano, o São Bento terminou na 12ª colocação entre 16 participantes. O time até chegou a disputar o Troféu do Interior – competição paralela à reta final do Paulista –, mas não fez boa campanha e foi o lanterna da chave 2.
Elenco recebeu 11 reforços
Um dos grandes temores do São Bento na Série C – que faz o clube manter os pés no chão – é a reformulação do elenco após o Campeonato Paulista. Do grupo do Estadual, restaram apenas nove peças: os goleiros Rodrigo Viana e Jefferson; os laterais Lucas Mendes e Marcelo Cordeiro; os zagueiros João Paulo e Rafael Tavares; e os volantes Leandro Mello, Maicon Souza e Fábio Bahia.
Por este motivo, chegaram 11 contratações para reforçar o time na Terceira Divisão. No entanto, nenhuma delas chega a ser expressiva. O investimento de R$ 220 mil por mês não permitiu grandes contratações.
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Apesar da situação, a boa campanha na Série D permite a torcida e a imprensa local sonharem em voos ainda maiores nesta temporada.
– A Série B permitiria ao São Bento se estruturar mais. Como eu disse, não é o planejado, mas coisas inesperadas acontecem – concluiu Paulo Roberto.