A realização do Carnaval em Jaraguá do Sul ainda é uma incógnita. Faltando apenas duas semanas para o evento, uma briga jurídica pode resultar no fim da festa para os moradores da cidade, devido ao cancelamento da transferência de recursos para os blocos. O destino da festa poderá ser decidido na sessão da Câmara de Vereadores que ocorre hoje.
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Uma reunião que ocorreu no final da tarde de ontem tornou ainda mais complicada a realização do evento. A única alternativa dada pela assessoria jurídica da Câmara é que o Movimento da Consciência Negra do Vale do Itapocu (Moconevi), entidade que receberia o valor do convênio entre a Prefeitura e os blocos de Carnaval, seja substituído. Ao fim da reunião, foi sugerido o nome do Convention & Visitors Bureau.
Segundo o presidente da Fundação Cultural, Leone Silva, será difícil entregar a documentação antes do horário da plenária, às 18 horas.
_ Mesmo que o Convention aceite, será necessário abrir uma conta no banco especificamente para o projeto, tirar as negativas, reunir os documentos e fazer o novo projeto para encaminhá-lo. É humanamente impossível _ lamente ele, explicando que a Fundação Cultural está reuinida buscando alternativas.
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A diretora executiva do Convention Buro, Ariane Raizer, informou que a entidade não recebeu uma comunicação oficial sobre o pedido da Câmara. Se a notificação for recebida, ainda será necessário reunir a diretoria para debater a proposta. Enquanto não há alternativas para o repasse da verba através de uma entidade, os envolvidos no carnaval apelam para a sensibilidade dos vereadores.
_ Temos de aguardar a votação dos vereadores. Eles podem votar pelo interesse público, o Carnaval é uma manifestação muito antiga da cidade. Quem diz que Jaraguá não tem Carnaval está errado _ lamenta Leone.
Problema jurídico
O impasse em relação ao projeto está na Moconevi, entidade que receberia R$ 175 mil, a serem distribuídos entre os quatro blocos de Carnaval da cidade, além de garantirem a realização do baile para as crianças e os idosos. Na avaliação do departamento jurídico da Câmara de Vereadores, o repasse da verba municipal ao Moconevi seria inconstitucional por três motivos: por dois funcionários públicos fazerem parte da diretoria da entidade; pela falta de adequação no estatuto do Moconevi; e pela finalidade do estatuto, no qual não consta a realização de eventos ou do Carnaval. Quanto à diretoria, o problema foi solucionado na semana passada, quando os servidores Francisco Alves e Luis Fernando Ogliari afastaram-se da entidade.
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Sem prazo
Os dirigentes dos blocos lamentam que a situação tenha ocorrido poucos dias antes do Carnaval, quando a maior parte do trabalho já foi realizada.
_ Se houvessem avaliado antes seria melhor, pois não teríamos feito tudo. Mas chegar na etapa final com isso é triste _ reclama Janete Marcos Rosa, do bloco Verde Rosa.
Desde a terça-feira, as quatro pessoas que trabalham na confecção das fantasias do Verde Rosa pararam a produção. A interrupção ocorreu pouco antes de tudo estar pronto: faltam apenas as plumas para finalizar as fantasias de 2014. Os enfeites já foram encomendados, mas o pagamento não foi feito, já que a verba municipal era aguardada. O restante das alegorias foi feito com materiais da cidade e ainda é necessário pagá-los _ o que seria feito com o recurso da Prefeitura. Caso o repasse da verba seja cancelado, os dirigentes garantem que farão uma manifestação.
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_ Vamos fazer o enterro do Carnaval _ lamenta Elisabeth Mueller, da Unidos do Manequinha.