As divergências entre o atual prefeito Dário Berger (PMBD) e o eleito Cesar Souza Junior (PSD) são resultado de uma causa comum: o caixa da Prefeitura de Florianópolis.
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Enquanto o peemedebista está preocupado em fechar as contas do mandato, o pessedista tenta garantir recursos para sua gestão. esar reclama que ainda não recebeu as senhas que dão acesso aos dados de arrecadação, receita e despesa do município.
O prefeito eleito diz que sua maior preocupação é garantir que serviços essenciais, especialmente saúde e coleta de lixo, sejam mantidos. Para garantir verbas já no início de seu mandato, entrou na Justiça para impedir que Dário gaste o dinheiro do IPTU pago pelos moradores da cidade em dezembro.
– Quero deixar uma coisa bem clara: eu não sou contra os 20% de desconto. Pelo contrário, assumindo a prefeitura, inclusive, nós deveremos ampliar o prazo para pagar com desconto para março – diz o pessedista.
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Eleito prepara decretos para a redução de gastos Na prefeitura, o procurador-geral do município, Jaime de Souza, afirma que o entendimento é de que não há nenhuma ilegalidade em utilizar os recursos que entrarem no caixa ainda este ano.
Souza diz que assim que for notificado da decisão da Justiça, vai prestar os esclarecimentos de que os carnês de IPTU foram lançando para cumprir a lei em vigor:
– Obviamente que, em permanecendo a decisão judicial, nós certamente cumpriremos. Mas no nosso entendimento não há ilegalidade.
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A polêmica do Carnaval também tem como pano de fundo os recursos da prefeitura. A atual gestão diz que não é justo se responsabilizar por contas que serão pagas quando não estará mais lá.
Do outro lado da trincheira, Cesar fez uma série de questionamentos sobre os valores que devem ser repassados para as escolas de samba. O pessedista disse que recebeu as respostas ontem, que vai analisá-las durante a semana e vai anunciar um posicionamento sobre o assunto nos próximos dias.
O prefeito eleito disse que está preparando uma série de decretos que serão assinados em janeiro para controlar os gastos.
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– Tanto a situação que a gente vai herdar, creio que não vai ser das mais confortáveis, e o cenário econômico do Brasil no ano que vem não projeta um grande incremento de arrecadação. Vamos ter que fazer uma otimização, uma redução de desperdício e despesas intensa. Devo emitir no primeiro dia cerca de 30, 35 decretos – afirma Cesar Junior.
O atual procurador do município admite que a prefeitura passa por algumas dificuldades.
– As receitas têm diminuído bastante, inclusive em razão de políticas econômicas ditadas pelo governo federal. Por outro lado, as exigências do atendimento à população são grandes. O município a exemplo de muitos outros, terá dificuldades de cumprir fielmente a Lei de Responsabilidade Fiscal – diz Souza.