Para 4,8 milhões de brasileiros, amanhã, dia 10 de março, pode ser o dia para sair do vermelho, limpar o nome e retomar o controle financeiro. Esse é o número de trabalhadores, nascidos em janeiro e fevereiro, que têm direito a sacar os valores depositados nas contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). São quase R$ 6,96 bilhões disponíveis somente neste início de pagamentos, equivalente a 15,9% do total disponível e que será pago até 31 de julho.
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Pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que 38% dos trabalhadores que farão os saques das contas inativas pretendem eliminar dívidas. Já 34% querem pagar contas do dia a dia. Foram ouvidas 801 pessoas em todas as capitais brasileiras.
– Esse dinheiro pode ajudar o cidadão afetado pela crise a limpar o nome e recuperar seu crédito. Reduzir a inadimplência traz um impacto positivo sobre a economia – avalia o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.
Somente poderá sacar o valor das contas o trabalhador que pediu demissão ou foi demitido por justa causa até 31 de dezembro de 2015, estando ou não fora do regime do FGTS. Antes da Medida Provisória que liberou o saque, somente era possível colocar a mão no dinheiro ficando três anos fora do regime do Fundo, na aposentadoria, para moradia ou doenças previstas em lei.
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Diagnóstico
Mas para ocorrer essa virada nas finanças, é preciso um diagnóstico do orçamento para saber como o dinheiro poderá ajudar.
– Muitas pessoas usam rendas extras sem considerar a situação financeira atual. Portanto, procure levantar seus números e ter consciência se está em situação de equilíbrio, endividamento, inadimplência ou se é investidor. O ideal é que a quantia possa melhorar a qualidade de vida da pessoa e da família, não apenas agora, mas especialmente no futuro – orienta o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos.
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A lógica é usar de forma planejada o reforço que chega com o pagamento das contas inativas do FGTS e não sair gastando sem pensar. Quem estiver com contas penduradas deve ser certeiro e usar o valor para quitar dívidas. Antes, se sugere fazer uma negociação com o credor para reduzir os juros. Para ele, a vantagem será receber tudo de uma só vez. Quem está mais folgado pode pensar em antecipar prestações ou até investir (veja sugestões abaixo).
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Mesmo antes do diagnóstico no orçamento, é fundamental sacar o quanto antes. O dinheiro parado é sinônimo de desperdício, já que o rendimento do FGTS é o mais baixo do sistema financeiro – 3% ao ano mais Taxa de Referência (TR). A recomendação é retirar o dinheiro nem que seja para realocar na caderneta da poupança (que rende 6,17% ao ano mais TR). Além disso, o trabalhador que não retirar o que tem direito até 31 de julho só poderá sacar pelas regras anteriores do FGTS.

Use o dinheiro de acordo com o seu perfil
Quem tem contas em atraso
– Use 100% para abater dívidas que possam estar sujando seu nome.
– Entre em contato com os credores e negocie desconto para o abatimento em troca do pagamento total da conta.
– Se não puder pagar todas as dívidas, priorize aquelas de serviços básicos (água, luz e telefone) e as com juros altos (cartão de crédito e cheque especial).
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Quem tem contas parceladas sem atraso
– Avalie se vale a pena antecipar o pagamento das parcelas, ou se é melhor fazer algum tipo de aplicação.
– Geralmente, a primeira opção é melhor. O juro do empréstimo ou crediário costuma ser maior do que o rendimento das aplicações mais comuns.
Quem está sem dívidas
– Pode ser o momento para aquela compra há tempo esperada.
– Com dinheiro na mão, você pode negociar descontos para o pagamento à vista.
– Trace uma meta de médio prazo e guarde parte do dinheiro para alcançá-la. Do contrário, a grana pode evaporar com gastos supérfluos.
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Invista de acordo com o valor que vai receber
Até R$ 3 mil
– Títulos do tesouro pagam mais do que a poupança e têm baixíssima taxa de administração.
– Uma vantagem é que são aceitas aplicações a partir de R$ 30, oferecendo condições iguais para qualquer faixa de valor.
– A Caderneta de Poupança também é uma opção a ser levada em conta nessa situação pela facilidade de manutenção.
Entre R$ 3 mil e R$ 5 mil
– Os títulos do Tesouro continuam sendo interessantes, mas também começam a surgir rendimentos mais altos para CDBs e Letras de Crédito (LCIs) e (LCAs).
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– Pode ser vantagem procurar aplicações em bancos menores que pagam juros mais altos do que as instituições financeiras mais conhecidas – e todas têm a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Acima de R$ 5 mil
– Os fundos DI passam a oferecer rendimento um pouco mais atraente a partir dessa faixa de aplicação.
– É preciso estar atento à taxa de administração que será cobrada, que pode corroer parte do lucro.
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– Os Títulos do Tesouro continuam sendo interessantes, em particular atrelados à inflação (que pagam um bônus adicional ao IPCA).
Fonte: Easynvest, Fadergs, Instituto Dsop e Órama.