De acordo com a ONU Meio Ambiente, cerca de 80% da poluição marinha tem origem, na verdade, na terra. Isso acontece por meio de esgotos, pesticidas, metais pesados e outros poluentes que são conduzidos até o litoral por meio de cursos de água doce – também prejudicados no processo.

Continua depois da publicidade

Com o objetivo de combater justamente esta realidade, a Biosolvit desenvolveu a linha Bioblue, composta de produtos destinados à absorção de qualquer derivado do petróleo em terra ou no mar, reduzindo a possibilidade de retrocontaminação.

Guilhermo Pinheiro de Queiroz é fundador e CEO da Biosolvit, que desde 2014 desenvolve soluções em biotecnologia voltadas para a preservação da vida e do meio ambiente. Segundo Guilhermo, o “pinga-pinga” de óleo no solo, por exemplo, consequência das atividades de setores da economia, são mais nocivos do que grandes derramamentos que ocorrem diretamente nos oceanos.

— Os derramamentos impressionam pelo visual e causam um impacto muito mais rápido na vida marinha, mas este pinga-pinga de contaminantes atinge lençóis freáticos, rios, baías e, claro, os mares — pontuou.

Alinhados com o DNA da Biosolvit, que consiste no reaproveitamento, os produtos criados para a linha Bioblue são destinados justamente para contenção e absorção de petróleo e derivados. Estes produtos foram desenvolvidos a partir de um biocompósito natural, obtido através da união de materiais de fontes renováveis, como fibras vegetais, ou reutilização de rejeitos industriais. Uma das matérias-primas utilizadas pela Biosolvit, por exemplo, são as sobras da extração de palmito em Santa Catarina.

Continua depois da publicidade

Óleo que cai no solo afeta lençóis freáticos, rios e mares
Óleo que cai no solo afeta lençóis freáticos, rios e mares (Foto: Freepik)

Condições econômicas

Guilhermo percebe que hoje em dia há uma consciência maior por parte das pessoas e também das empresas no que diz respeito à preservação do meio ambiente. Ele vê também um avanço muito grande na tecnologia destinada ao combate aos danos causados, inclusive, aos oceanos.

Mas, de acordo com o CEO da Biosolvit, além desta consciência, é importante haver meios econômicos para que as ações necessárias sejam tomadas.

— A nossa empresa trabalha também neste sentido. Atendemos uma unidade de distribuição de combustível, por exemplo, que vai economizar R$ 13 milhões por ano em descarte de resíduos utilizando os nossos filtros — contou.

Partindo deste entendimento, Guilhermo vê com grande satisfação uma iniciativa como o Innovathon Brasil 2020 – Edição Oceanos. Segundo ele, algo assim é fundamental para a conscientização das pessoas.

Continua depois da publicidade

— Tem muita coisa, como eu disse, que para na viabilidade econômica. Quando você faz algo assim, como o Innovathon, voltado exclusivamente para o tema, você encontra soluções efetivas, viabilizando tecnologias de que a gente ainda nem tem conhecimento — destacou.

Guilhermo também vai participar do Innovathon Brasil. Ele vai gravar um depoimento para os participantes contando sua trajetória empreendedora e inspirando as equipes no desenvolvimento de modelos de negócios sustentáveis (como a Biosolvit) para os problemas dos oceanos.

Lixo descartado de maneira errada no solo também afeta os oceanos
Lixo descartado de maneira errada no solo também afeta os oceanos (Foto: Freepik)

O Innovathon Brasil 2020 é uma maratona tecnológica global para resolver problemas relacionados com os oceanos. Esta edição, promovida pela Mauá Ventures, acontece em um ambiente 100% online, com o apoio da Teltec Solutions, e tem o patrocínio da Uniavan Joinville e da Sol. Este ano o desafio acontece nos dias 27 e 28 de junho e as inscrições já estão abertas.

O Innovathon é uma iniciativa das Nações Unidas desenvolvida pelo CEiiA, o renomado centro de engenharia de Portugal, parceiro da ONU em diversas áreas relacionadas com a sustentabilidade. A equipe vencedora do Innovathon Brasil 2020 se credencia para participar da etapa mundial do Innovathon. A etapa nacional do desafio tem apoio da NSC.

Continua depois da publicidade

​Saiba mais no Canal do Innovathon Brasil 2020 – Edição Oceanos