Uma pesquisa da Fecomércio-SC divulgada nesta segunda-feira revelou que 32% dos catarinenses admitem consumir pirataria em 2016. O número é 0,9 ponto percentual menor que em 2015. Embora a queda seja pequena na comparação com o ano passado, é a segunda redução consecutiva. Em 2014, esse dado foi de 43,9%. O levantamento foi feito em outubro, quando 412 consumidores foram entrevistados em locais de grande circulação nas cidades de Lages, Chapecó, Blumenau, Joinville, Criciúma, Itajaí e Florianópolis.
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Apesar de ter mantido praticamente o mesmo nível de consumo do ano passado, o levantamento mostrou uma mudança importante na dinâmica: apenas 15% dos entrevistados das classes A e B afirmaram ter comprado pirataria, o menor percentual da série histórica, que começou em 2011, quando 44% dos mais ricos consumiram produtos não originais. Ao mesmo tempo, entre as classes D e E esse consumo voltou a crescer: 36% das pessoas nessa faixa de renda compraram produtos pirata em 2016 ante 28% em 2015.
O principal motivo para a compra de imitações é o mesmo desde o começo da pesquisa: os preços mais em conta em relação aos originais (69,7%). A seguir, vêm a facilidade de encontrar esses produtos (12,5%) e a disponibilidade deles antes dos originais serem lançados (9,2%).
A faixa etária que mais admitiu o consumo de produtos piratas é a que vai de 18 a 24 anos (46,5% consumiram pirataria). Quanto mais velho, menor é o gasto com pirataria.
Os produtos piratas mais consumidos também foram os mesmos: CDs e DVDs (39,2%), seguidos por roupas (10,6%), óculos e equipamentos eletrônicos, ambos com 9,3%. Contudo, nos últimos anos vem caindo o consumo de CDs e DVDs em detrimento do maior volume de compras de óculos e equipamentos eletrônicos.
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Consumidores sabem dos problemas
Apesar de ser crime previsto no Código Penal e com punição de até 4 anos de reclusão, este não é o motivo determinante para as pessoas terem deixado de comprar produtos não originais. A principal razão, apontada por 32,9% dos entrevistas, foi não ter tido necessidade de adquirir tais produtos. Outros 23,9% afirmaram que preferem o original e 17% disseram ter deixado de comprar pirataria pela má qualidade.
Os medicamentos são ainda os produtos com maior rejeição – 25,3% não comprariam de jeito nenhum -, contudo, apresentaram queda nesse percentual. Em 2015, 32,3% afirmaram que não comprariam medicamento pirata de forma alguma.
A pesquisa da Fecomércio-SC deixa claro que os consumidores têm consciência dos problemas e consequências da pirataria: 93,7% dos entrevistados concordaram que a atividade causa prejuízos a fabricantes e artistas, e 88% admitiram que alimenta a sonegação de impostos.
A maioria também declarou lembrar-se das campanhas contra o consumo de pirataria (63,6%), realidade que se repetiu em outros anos da pesquisa. Ao mesmo tempo, 54,9% dizem não acreditar que as campanhas freiem o consumo de pirataria. De acordo com relatório da Fecomércio-SC, essa resposta “aponta a urgência na necessidade de mudança de estratégias dos órgãos e instituições competentes que buscam combater a pirataria”.
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