Foi-se o tempo em que a terceira idade era voz vencida na sociedade. Hoje, eles são formadores de opinião e se tornaram consumidores exigentes. Segundo o Instituto Data Popular, sete em cada dez brasileiros com mais de 60 anos são da nova classe média. E as empresas que compreendem que este público pede um atendimento personalizado ganham clientes fiéis.
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– O problema de muitas empresas hoje é não olhar da forma correta para este público. O atendimento deve ser mais personalizado, pois eles vão em busca de relacionamento, de interação com outras pessoas. A maioria dos supermercadistas já entendeu esse esquema. O idoso costuma ir ao mercado várias vezes por dia e sabe o nome de todos os funcionários. Se é reconhecido, vai voltar sempre -, explica Wagner Sarnelli, sócio diretor do Data Popular.
A compreensão de que este público está mais ativo na sociedade é fundamental, segundo Stella Susskind, da Shopper Experience.
– Houve uma grande mudança. As expectativas de vida e a renda da terceira idade cresceram. Os segmentos financeiro e de varejo, por exemplo, já começaram a oferecer produtos específicos para este público.
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O fato de muitos idosos continuarem a trabalhar mesmo depois da aposentadoria aumentou o nível de qualidade de vida.
– Os idosos passaram a ter acesso a atividades que antes não tinham com tanta facilidade, como as oportunidades de viagens pelo mundo -, afirma Sarnelli.
– A questão da mobilidade para a terceira idade também está bastante forte. Podemos perceber a grande oferta de automóveis que se adaptam à rotina desse público -, complementa Stella.
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O investimento no conforto se reflete também no interesse da terceira idade para o conhecimento.
– Observamos um crescimento brutal na leitura, na ampliação do conhecimento -, revela o diretor do Data Popular.
O ambiente das universidade, repleto de jovens, vem sendo espaço para terceira idade há algum tempo. É trocando informações que os idosos passam a interagir mais com a sociedade. Isso influencia diretamente na expectativa de vida.
– Neste relacionamento intenso, é possível perceber que os idosos estão aprendendo a viver as diferenças -, conta Ângela Dal Piva, coordenadora do projeto Voo Livre, da Udesc em Joinville.
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A unidade desenvolve a ideia há oito anos com uma turma de 40 idosos que frequentam a universidade. Durante duas manhãs semanais, eles se encontram para realizar uma série de atividades. Além dos exercícios físicos, há aulas de coral, desenho, informática e palestras sobre temas importantes para a terceira idade.
– E não é só sobre saúde. Advogados também são voluntários para explicar os direitos com base no Estatuto do Idoso -, afirma a coordenadora.
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