Assim que a comissão de frente da Consulado do Samba atravessava a a faixa que marca o início do trajeto a ser percorrido na Passarela Nego Quirido, em Florianópolis, membros da diretoria da agremiação da Caeira do Saco dos Limões já choravam. A emoção não se deu somente pelo fato de o último ano ter sido de incertezas, até mesmo em relação ao desfile das escolas de samba, mas principalmente porque a “Vermelho e Branco” voltava ao grupo especial, depois de ter sido rebaixada em 2015 e dado a volta por cima em 2016. Para celebrar o retorno à elite do samba ilhéu em 2017, a dona da bateria “Ordinários” escolheu sua própria história, que há 40 anos dialoga com o fantástico da Ilha de Santa Catarina. Para a passarela, a escola que abriu o desfile na capital catarinense trouxe 1,2 mil participantes, 21 alas e três carros alegóricos. O desfile, iniciado pontualmente às 22h30min e finalizado com 1h09min7s, foi dividido em três setores: O Feitiço da Ilha, Brotam os Frutos do Progresso e O Feitiço deu certo. Entre as bruxas, também foi contada a história da escola de samba no bairro Saco dos Limões, inclusive mencionando a chegada de cariocas que fundaram a agremiação.No primeira e maior alegoria, três lendas da Ilha foram representadas: a Reunião Bruxólica, o Boitatá e o Lobisomem. Era a primeira menção à Franklin Cascaes. A terceira ala, sobre embarcações enfeitiçadas, foi uma das que mais chamou a atenção. Destaque de simpatia para o casal de cidadã e cidadão do samba Thaynara Freitas e Ricardo Gomes. Integrante do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Telminha Campos comemorou o desfile: – Acredito que a resposta do público, que cantou ‘É campeão’ para a primeira escola de samba já diga alguma coisa – disse, emocionada. O intérprete oficial da Consulado do Samba, Gilsinho, também ficou contente com o que a escola apresentou: – Gostei bastante. Bateria sensacional. O público correspondeu. Estamos na briga – pontuou.

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