O cônsul honorário da Espanha em Joinville, Antônio Escorza Antonanzas, foi detido no início da manhã desta quarta-feira no Norte de Santa Catarina. Segundo informações preliminares, Escorza teria envolvimento num esquema de contrabando de mercadorias e máquinas caça-níqueis.

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A prisão foi realizada pela Polícia Federal (PF) na Operação Cartada Final, deflagrada simultaneamente em Santa Catarina, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte no início da manhã.

Cerca de 250 policiais federais cumpriram 17 mandados de prisões cautelares, 48 de busca e apreensão, 96 seqüestros de imóveis, a apreensão de lanchas e veículos, além do seqüestro de valores de 33 contas bancárias.

Conforme a Polícia Federal, o grupo comercializava, mediante venda e aluguel, produtos contrabandeados utilizados em máquinas caça-níqueis.

Além do cônsul, policiais também detiveram o filho de Escorza e outras 13 pessoas em Santa Catarina. As outras prisões foram realizadas na Bahia e em Pernambuco.

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Há anos, a quadrilha seria responsável pela venda e exportação dos equipamentos para o México, República Dominicana, Panamá, Venezuela, Colombia, Peru, Bolívia, Argentina, Paraguai e Espanha.

O dinheiro arrecadado pelos envolvidos era ocultado do Banco Central (BC) por meio de depósitos e saques sem comprovação de origem.

Os investigadores identificaram inúmeras empresas fictícias abertas em nome de terceiros, para evitar a identificação do chefe da organização, que segundo a PF, seria Escorza.

Entre os crimes praticados pela organização estãoo de formação de quadrilha, contrabando, evasão de divisas, sonegação fiscal, falsidade ideológica, corrupção ativa e indução do Banco Central a erro e lavagem de dinheiro.

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Quase uma centena de imóveis em cidades catarinenses, entre elas Joinville e Balneário Camboriú, estariam em nome da quadrilha. Se condenados, as penas podem chegar a 32 anos de reclusão.

Investigação segue nas próximas semanas

De acordo com o superintendente da PF em Santa Catarina, Marcos Aurélio Pereira de Moura, 17 pessoas foram presas na manhã desta quarta nos Estados onde a operação foi realizada.

Três mandados deixaram de ser cumpridos, sendo que dois suspeitos estão fora do país. As prisões devem ocorrer nos próximos dias.

As investigações prosseguem, a partir de agora, com a análise e o cruzamento de dados das movimentações financeiras das pessoas envolvidas. O delegado espera receber documentos da Receita Federal, Banco Central e dos bancos onde os detidos mantinham são clientes nos próximos dias. Novos envolvidos podem ser identificados.

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Cônsul segue detido em Joinville

– A prisão foi preventiva. Escorza não tem qualquer tipo de imunidade por ser cônsul, e fica sujeito à legislação brasileira – garantiu Moura.

Antônio Escorza Antonanzas deve ser encaminhado para o Presídio de Joinville nas próximas horas.