Na Cúpula do Clima, realizada com governantes de todo o mundo no final de abril, chefes de estado de 40 países – entre eles o Brasil – discutiram formas de reduzir as emissões de gases estufa, missão importante para evitar a aceleração do aquecimento global. Liderada pelo presidente norte-americano Joe Biden, o objetivo era reforçar a necessidade de uma ação climática mais efetiva.
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A meta estabelecida pelos EUA é diminuir em 50% a emissão até o ano de 2030. O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, participou do evento e se comprometeu em eliminar o desmatamento ilegal até 2030 e zerar as emissões de carbono até 2050, acompanhando a diminuição de tempo para a meta dos Estados Unidos em 10 anos.
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Em novembro deste ano, a Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP26), evento organizado pela Organização das Nações Unidas, vai fazer um balanço das ações relacionadas ao Acordo de Paris e apontar quais as notas metas para incentivar a “descarbonização da economia”.
Construções verdes
Todas essas soluções, relacionadas à crescente preocupação com a sustentabilidade em todo o mundo, estão disponíveis para aplicação em maior ou menor escala. Se não for possível implantar um sistema fotovoltaico devido ao investimento inicial, um equipamento de aquecimento da água da chuva ou a troca de lâmpadas tradicionais para as de LED são aliados das “construções verdes”. Elas visam alterar da menor forma possível o meio ambiente e usar tecnologia, inovações e materiais que integrem a construção à natureza ao seu entorno.
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A construção de novos prédios sustentáveis deve gerar mais de 6,5 milhões de postos de trabalho até o ano de 2030, segundo estimativa da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Os edifícios geram boa parte das emissões de gases de efeito estufa relacionados à energia, mas nos últimos anos, houve um “boom” de construções verdes, principalmente nos Estados Unidos e Europa. Tendência que já chegou ao Brasil e começa a ser reforçada pelos profissionais ligados ao setor de construção.
As construções sustentáveis, como também são chamadas, podem contar com utilização de materiais reciclados ou fontes naturais, maior iluminação natural, paredes com vegetação, coleta e tratamento da água da chuva, sistemas de tratamento de resíduos da água, entre outras funcionalidades. Os empreendimentos comerciais certificados com selos de boas práticas tendem a apresentar melhores resultados financeiros, como diminuição no condomínio e menor vacância, segundo o Green Building Council (GBC).
Selos ajudam a construir um fututo sustentável
Algumas certificações incentivam boas práticas de sustentabilidade na construção de edifícios, entre elas, a organização Green Building Council, movimento global presente em 80 países. A nível local, a GBC Brasil é uma organização não governamental criada em 2014 com o objetivo de fomentar a indústria de construção sustentável em território brasileiro.
O selo GBC Brasil possui quatro níveis que incentivam o aperfeiçoamento dos projetos: Verde, Prata, Ouro e Platina. Além do GBC Brasil Casa e GBC Brasil Condomínio, agora as certificações GBC Brasil Life (para projetos de interiores residenciais) e GBC Brasil Zero Energy (para construções, reformas ou operação que visem equilíbrio entre consumo e geração de energia renovável) também podem ser concedidas.
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Segundo a organização, o país possui hoje um total de 98 projetos em processo do GBC Casa e Condomínio e 22 que já estão certificados. O estado catarinense conta com quatro registros, dois deles já certificados. A avaliação dos projetos é baseada nos critérios de implantação, eficiência energética, uso eficiente da água, materiais e recursos, qualidade ambiental interna, requisitos sociais, inovação e créditos regionais.
Sustentabilidade na vertical
Também chamada de “parede verde”, o jardim vertical pode ser utilizado em ambientes internos e externos, tornando qualquer ambiente mais bonito e agradável com mistura de diversas plantas e flores. É formado uma estrutura montada na parede com diversos tipos de vegetação, onde as plantas ficam ordenadas com algum suporte.
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Entre as vantagens dos jardins verticais, estão a funcionalidade e leveza trazidas com as plantas, que funcionam como isolamento térmico, acústico, filtram a poluição, melhoram a qualidade do ar e umidade, promovem o convívio com a natureza e ainda auxiliam na pontuação de certificações de projetos sustentáveis.
A maior parede verde de Santa Catarina
O prédio com maior jardim vertical em Santa Catarina será entregue em junho deste ano. A Nostra Casa, construtora e imobiliária de Chapecó, é a responsável pelo projeto do Edifício Pienza. A parede externa terá extensão de 22 pavimentos, com 345 metros quadrados e quase 7 mil plantas. A paisagista responsável Hariet Hexsel, utilizou mescla de espécies, tamanhos e texturas, com um total de 7 mil mudas. A expectativa é que as plantas absorvam cerca de 15 toneladas de dióxido de carbono por ano.
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A ideia era que os moradores do edifício e entorno pudessem continuar desfrutando dos benefícios do verde em suas vidas. Por isso, a arquiteta Monyk Dávi, diretora da Nostra Casa, projetou na fachada oeste uma enorme parede vertical que virou a marca registrada. O jardim inicia no embasamento das garagens superiores e segue até a cobertura do edifício. Projetado para ser o maior jardim vertical do estado em edificação residencial multifamiliar, o empreendimento de 10 mil metros quadrados usou a vegetação não apenas como fator estético em sua fachada, mas também os benefícios que ela gera, como o ar purificado e diminuição na temperatura nos apartamentos.
— Quando o jardim vertical é externo, ele contribui para a maior durabilidade dos prédios, pois diminui a amplitude térmica. Por ser fachada oeste, durante o quente verão local, ajuda a diminuir os gastos com ar-condicionado. Para economizar água, os jardins pelos 22 andares possuem um sistema de irrigação integrado ao reaproveitamento da água da chuva. Além de melhorar a qualidade do ar, aumenta a umidade e ainda pode atuar como barreira sonora contra ruídos — explica a arquiteta.
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Para Monyk Dávi, entre os benefícios, estão a retenção do material particulado e CO2, redução da poluição do ar e melhoraria da sua qualidade e umidade; a oportunidade de convívio com a natureza.
Ainda, o jardim vertical ajuda a tornar centros urbanos mais bonitos por meio da vegetação ou da arte e funciona como isolamento acústico e térmico. Com 41 anos de atuação, a Nostra Casa possui mais de 30 empreendimentos em Chapecó e é reconhecida como uma das maiores construtoras do país.
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