A tragédia da boate Kiss, de Santa Maria (RS), alertou sobre a necessidade de prevenir catástrofes que, não raras vezes, atingem o país e Santa Catarina. Por isso, o espaço Estela Entrevsita aborda em entrevista com o engenheiro agrônomo do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-SC), Nelton Luiz Baú, especialista em segurança do trabalho, como minimizar riscos de incêndios e deslizamentos de casas e prédios.
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Segundo ele, instalações antigas oferecem mais perigo para sinistros, e os deslizamentos podem ser evitados impedindo construções irregulares.
Conforme Nelton Baú, as pessoas podem melhorar sua segurança frente a incêndios se, ao entrar em ambientes como boates e igrejas, observarem onde estão as saídas de emergência. Há setas indicativas no teto.
Sobre o número de portas necessárias, ele explica que não há uma regra geral. O cálculo é feito com base no tamanho da área do estabelecimento, tipo de ocupação e o número de pessoas que estarão dentro. Na opinião dele, considerando a área da boate Kiss, ela deveria ter pelo menos duas saídas de emergência.
O especialista explica, também, que as novas construções já utilizam a série de produtos antichamas como espumas, pisos e tintas.
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– Hoje, as construções novas, já são projetadas com esses materiais, principalmente onde há aglomerações de pessoas. Mas as construções mais antigas não têm esses produtos, por isso a propagação de incêndio é maior – afirma.
Sobre as enchentes que, com frequência, abalam Santa Catarina, Nelton Baú observa que as construções legalizadas não correm risco de serem atingidas por deslizamentos. Isto porque o projeto estabelece a fundação necessária da casa ou edifício.
Segundo ele, o problema são as construções irregulares, feitas em terrenos que não têm compactação suficiente. O excesso de chuva infiltra e causa erosão. Em Santa Catarina há menos problemas do que em outras regiões do país porque a maioria das cidades está trabalhando para coibir as construções irregulares.