Os sinais ainda são tímidos, mas aos poucos alguns setores apontam uma retomada do crescimento da economia. Em Blumenau, a construção civil é um exemplo, sobretudo conforme indicam os dados da geração de emprego. Entre janeiro e abril deste ano, foram criados 324 novos postos formais de trabalho. O montante é três vezes maior do que no mesmo período de 2017 e ainda mais expressivo em relação ao cenário de 2016, quando o saldo ficou negativo em 91 empregos com carteira assinada. Somente entre fevereiro e março daquele ano, 236 pessoas haviam perdido os postos de trabalho no setor.

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O desempenho é importante dada a conjuntura de 13,7 milhões de desempregados no país no primeiro trimestre, conforme o IBGE.

– Precisaríamos gerar uns 2 mil a 3 mil novos empregos por ano para recuperar em quatro ou cinco anos os estoques de antes, então estamos abaixo dessa expectativa. Diante disso, podemos considerar o resultado (da construção civil) bom, pois já não está mais caindo e se espera que no ano que vem melhore – avalia o economista Nazareno Schmoeller.

Para retomar o crescimento do setor de forma efetiva é preciso a volta de investimentos públicos e privados, o que só deve ocorrer depois da eleição, com a recuperação da confiança e com uma política econômica mais adequada, pontua o especialista. Por enquanto, na opinião dele, o desempenho deve seguir na primeira marcha.

O presidente do Sindicato da Indústria de Construção Civil de Blumenau (Sinduscon), Marcos Bellicanta, analisa o mercado de forma similar. Após um período expressivo de queda no setor, agora a expectativa é de retomada. Porém, ele não precisa o tamanho dessa aceleração.

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– Com a taxa de juros baixa como está, a procura por imóveis voltou e temos tido lançamentos e acompanhamento das vendas, mas não retomou ao que foi 2010, 2011 e 2012. A tendência é de retomada para patamares considerados saudáveis – explica Bellicanta.

No ponto de vista do presidente do Sinduscon, a crise fez com que alguns revissem a compra do imóvel, mas o desejo não deixou de existir. Quando o momento econômico for favorável, a aquisição irá ocorrer. Por isso, o setor é forte medidor para a prefeitura economicamente, destaca o secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Empreendedorismo, Moris Kohl.

– A construção civil envolve sonhos em moradias, realizações de projetos empresariais, promove a geração de emprego, envolve tecnologia, inovação – destaca o responsável pela pasta.

FEIRA DE HABITAÇÃO SERVIRÁ DE TERMÔMETRO DO AQUECIMENTO

Nesse cenário de reaquecimento do setor, onde cerca de 10 mil obras estão em andamento em Blumenau para construção de casas ou prédios, segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, a cidade recebe a partir desta quinta-feira a 14a Feira Nacional das Tecnologias de Habitação, Construção e Imobiliário (Fenahabit). A expectativa é de que 20 mil pessoas passem pelo evento até o domingo, a maioria moradores do Vale do Itajaí.

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Paralelamente, ocorre o Feirão da Casa da Própria, com informações sobre financiamentos, consórcios e renegociação de dívidas relacionadas à habitação. Serão cerca de 2 mil imóveis à disposição. Nesta edição, 107 empresas e 225 marcas estarão presentes. O número é maior do que em 2017, o que deve se refletir também no volume de negócios fechados.

– Um levantamento que fizemos no ano passado com expositores e junto ao banco financiador apontou um movimento de R$ 50 milhões em um ano na região. Isso incluiu também ocupação da rede hoteleira e gastronomia – afirma o organizador Júlio César de Oliveira.

A expectativa para 2018 é movimentar entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões a mais e chegar à casa dos R$ 65 milhões. A evolução é considerada lenta, mas ao menos não está estagnada, aponta Oliveira. O momento de crise pelo que passa o Brasil deixa o setor apreensivo e deposita na feira a confiança de bons negócios.

Para o presidente do Sindicato da Habitação de Blumenau e Região (Secovi), Sérgio Cunha, a feira vai demonstrar como está o mercado e dar parâmetros para auxiliar os investidores na tomada de decisão. Com as informações colhidas no evento será possível identificar o tipo de imóvel que o consumidor mais procura e o tipo de empreendimento mais viável na atual conjuntura econômica nacional.

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– O evento será um termômetro, mas o divisor de águas será a eleição. O resultado pode deixar o cidadão confiante ou não para investir a partir das políticas adotadas pelo governo – avalia Cunha.

Dicas para quem quer adquirir imóvel

Para quem está em busca da casa própria, o especialista em habitação Sérgio Riedel tem algumas recomendações. A primeira é definir o tipo de imóvel que deseja e localização. Com isso é possível ter uma ideia da média de valores para os padrões estabelecidos. Em segundo lugar é preciso buscar referências da imobiliária ou construtora que está vendendo o imóvel, se possível até visitar algo já entregue. A terceira orientação é fazer simulações e verificar se é possível realmente arcar com as parcelas que serão assumidas.

– É uma decisão que vai impactar a vida por um longo prazo, então precisa ser uma decisão mais embasada – aconselha Riedel.

Serviço

Feira Nacional das Tecnologias de Habitação, Construção e Imobiliário

Local: setor 1 do Parque Vila Germânica

Quando: de quinta-feira até sábado, das 15h às 21h30min. Domingo das 10h às 20h

Quanto: entrada gratuita, mas o visitante precisa fazer credenciamento no local ou pelo viaapiaeventos.com.br/cadastro

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