O Ministério Público Federal (MPF) em Santa Catarina investiga a construção de edifícios de alto padrão em áreas de preservação permanente na orla de Balneário Camboriú, região que tem um dos metros quadrados mais caros do país.

Continua depois da publicidade

Receba notícias de Santa Catarina pelo Whatsapp

Sete edifícios são investigados. Cinco deles estão localizados na região do rio Camboriú, barra sul do município e um foi construído em frente ao rio Marambaia, na barra norte.

No mês passado foram instaurados nove inquéritos. Segundo o MPF, as investigações ainda estão em estágio inicial e foram notificados a Prefeitura de Balneário, a Superintendência do Patrimônio da União em SC e o Instituto do Meio Ambiente do estado.

Neste momento, o órgão avalia a responsabilidade da prefeitura em possíveis irregularidades, e as construtoras devem ser notificadas nas próximas fases.

Continua depois da publicidade

A avaliação no setor é que a discussão em torno das proteções ambientais em regiões de praia é antiga, e Balneário Camboriú cresceu sem um controle adequado do poder público nas últimas décadas, o que levou à reclamação do MPF.

Contraponto

Por meio da assessoria de comunicação, a FG enviou uma nota à reportagem. Ela diz: “A FG reitera seu compromisso com a cidade e tem legitimidade em todos os seus empreendimentos. Quanto ao tema citado, a empresa não comenta o assunto, uma vez que não foi notificada”.

A assessoria da Embraed Empreendimentos também encaminhou nota à reportagem em que diz não saber dos inquéritos. O texto afirma que: “A Embraed Empreendimentos esclarece que não recebeu notificação e desconhece inquéritos instaurados pelo Ministério Público Federal em relação a seus edifícios em construção em Balneário Camboriú. A companhia cumpre todas as regras previstas em leis nas cidades onde atua e conforme as boas práticas exigidas no setor da construção civil e em relação ao meio ambiente e à população”.

A reportagem do Painel S.A., da Folha de S. Paulo, procurou também a construtora Procave, mas não obteve retorno. A Incorporadora Cechinel disse que não comenta o assunto porque não foi notificada formalmente.

Continua depois da publicidade

*Reportagem de Joana Cunha, com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix