Até o fim do mês o projeto para construção dos molhes no Rio Biguaçu deve estar concluído. Com isso começa a revitalização da região que, hoje, sofre com inundações e espera pelo momento de deslanchar para o turismo.
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Biguaçu deu o primeiro passo para criar um futuro polo náutico na cidade. O start, um projeto para o desassoreamento do Rio Biguaçu, pode ser o início para que o desenvolvimento econômico, turístico e social da beira- rio deslanche.
De um lado, um rio com cerca de oito metros de profundidade e até oito quilômetros de extensão, totalmente navegáveis, com mata nativa, peixes, aves e até cachoeira. Do outro, mar adentro, a vista para as ilhas de Ratones, Anhatomirim e a Ponte Hercílio Luz, atrativos que reforçam o potencial do local.
Hoje, as constantes cheias e o assoreamento da barra do rio tem freado os projetos para construção de estaleiros, marinas e até hidrovias de empresários interessados em investir na região. Mas o cenário deve mudar depois que a maior obra feita na cidade, a macrodrenagem, desviar as águas das chuvas das ruas, comércios e casas em direção ao rio e ao mar.
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Das quatro bacias que vão receber essa água, duas vão desaguar no Rio Biguaçu. Motivo que impulsionou a prefeitura a tocar o projeto de construção de molhes e a dragagem da barra do rio, onde o assoreamento compromete moradores, ameaçados com as enchentes, e impede a saída e entrada de embarcações, seja de pescadores ou lanchas.
Sede de futuros estaleiros e marinas Na beira do rio, grandes empreendimentos como o condomínio Deltaville, com 300 lotes, revelam que nos próximos anos o desenvolvimento local será inevitável.
Há, inclusive, a intenção de construir um estaleiro às margens do rio. A marina Pier 33, que há cinco anos está no local, balizou e mantém limpo o corredor que leva ao mar embarcações de até 50 pés. Mas hoje não há garantias de que a lancha saia e volte. Isso vai depender da maré. Para ultrapassar a barra é preciso acelerar. Caso contrário, a lancha pode ficar atolada.
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O proprietário do Pier 33, Luiz Feubak, explica que o pátio conta com 50 embarcações, atualmente, mas teria capacidade para ampliar para até 150 lanchas. O presidente da Associação Catarinense de Marinas, Mané Ferrari, enfatiza que há muitos terrenos na beira do rio que podem se tornar futuras marinas e estaleiros:
– Essa obra tem que acontecer. Ela é imprescindível. Temos um rio navegável em todo sua extensão que não é aproveitado.
Segundo o diretor da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação Tecnológica, Roberto Wildner, outros cinco estaleiros instalados na cidade têm interesse de transferir o local da fábrica para o rio. O que impede é justamente o problema do assoreamento na passagem para o mar.
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Hidrovia e Escola Náutica
Há quatro meses, a secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação Tecnológica investe em um projeto para construir uma hidrovia entre os rios Biguaçu e Três Riachos.
Conforme Wildner, a localização estratégia do Rio Biguaçu, próxima às praias turísticas como Daniela, Jurerê, Canasvieiras, Ingleses, Armação e São Miguel, ressalta a necessidade de investimento turístico, social e econômico na região.
Na dependência dos molhes e de dragagens constantes para alavancar o local, a prefeitura ainda tem a intenção de construir uma escola náutica, em parceria com a cidade de Governador Celso Ramos. O objetivo é capacitar mão de obra para futuros estaleiros. O assunto ainda está em discussão.
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Primeiro projeto está a caminho
Até o fim de outubro, a empresa vencedora da licitação para a elaboração do projeto dos molhes, a MPB Saneamento Ltda., deve entregar o projeto que vai definir o futuro do Rio Biguaçu.
Depois de concluída a fase dos estudos ambientais para avaliação hidrológica, que envolve a circulação das correntes de água e das marés, a empresa partirá para a segunda etapa do projeto: a definição do tipo de molhe a ser utilizado. Será definido ainda o local exato para a construção do molhe, que evitará a instalação de novos sedimentos no local.
O recurso de pouco mais de R$ 700 mil para a elaboração do projeto foi repassado pelo Governo do Estado, que contribuiu com R$ 600 mil, e pela prefeitura de Biguaçu, no valor de R$ 143,570 mil.
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Após a entrega do documento, a prefeitura encaminhará o projeto ao Ministério das Cidades, que deve liberar o recurso de R$ 5 milhões. A expectativa é que os molhes estejam construídos em maio de 2013.
Próximos passos:
– Implantação de áreas de lazer, esportivas e turísticas na orla
– Desassoreamento da foz do rio, ampliando a profundidade para permitir a entrada de embarcações de passeio e de lazer
– Redução de enchentes nas áreas junto às margens do rio