O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT-SC) assinou nesta quarta-feira (12) a ordem de serviço para a construção das terceiras pistas na Via Expressa, como é chamada a extensão da BR-282 entre São José e as pontes que ligam as partes continental e insular de Florianópolis. A empresa responsável pela obra será a joinvilense Vogelsanger, vencedora da licitação ao orçar o serviço em R$ 26 milhões, o menor valor apresentado entre as concorrentes. Os trabalhos devem iniciar no próximo dia 17 e o prazo para conclusão é de 12 meses.
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— Sem essas pistas adicionais, daqui a dois anos ninguém mais vai conseguir entrar ou sair de Florianópolis — prevê o diretor regional do DNIT-SC, Ronaldo Carioni, que todos os dias passa pelo trecho em questão para ir de onde mora, em Palhoça, até a sede do órgão, no Centro da Capital.
Planejada na década de 1980 para um fluxo de 25 mil veículos por dia, a Via Expressa hoje recebe uma quantidade quatro vezes maior. Estudos mostram que, até 2036, o movimento pelos seus pouco mais de cinco quilômetros de extensão irá dobrar.
Levantamento da Superintendência de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Florianópolis (Suderf) em conjunto com o Observatório da Mobilidade Urbana da UFSC aponta que atualmente há 515 horários de ônibus diários que entram na Ilha de Santa Catarina por esse que é o único acesso terrestre à parte insular da Capital.
Benefícios aos motoristas
A terceira pista irá beneficiar cerca de 22 mil passageiros, além das vantagens indiretas a todos os motoristas. A expectativa é de que um ônibus que hoje leva em torno de uma hora entre Biguaçu e o Terminal Central de Florianópolis percorra o mesmo trajeto em 20 minutos, exemplifica Carioni. De acordo com o projeto, as três faixas em cada sentido irão possibilitar que as pistas centrais sejam usadas pelo transporte coletivo e por motocicletas.
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Impacto no trânsito durante as obras
Das 7h às 17h, os trabalhos irão se concentrar em drenagem e melhorias complementares, para que o impacto no trânsito seja o menor possível, diz o engenheiro André Coelho, da Vogelsanger. Das 21h às 6h, serão executadas a terraplenagem e a pavimentação.
Como não há a necessidade de desapropriações, a obra é considerada de pouca complexidade. O que pode atrapalhar o cronograma é o que ele chama de “interferências”, como rede de água, tubulação de gás e postes de energia elétrica.
— Nesse caso, o contrato determina que eventuais custos extras junto às concessionárias desses serviços serão custeados pelo DNIT-SC — afirma.
Fundada em 1957 para operar no ramo de britagem, a empresa expandiu a atuação e tem no portfólio obras como a Avenida das Torres (Palhoça), recapeamento da BR-101 (entre Paulo Lopes e Tijucas) e revitalização dos acessos ao Pântano do Sul e à Praia da Daniela, na Capital. O trabalho na Via Expressa envolverá 100 trabalhadores diretos e mais 100 indiretos, calcula Coelho.
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A ampliação do referido trecho faz parte de um projeto maior, avaliado em R$ 500 milhões, que abrange também a BR-101 nas imediações de Florianópolis. No papel, estão desenhados corredor exclusivo para ônibus, ciclovia, duas faixas marginais e mais três pistas em cada sentido. Para virar realidade, conta Carioni, a intenção é pleitear os recursos com o próximo governo federal.
— É o tipo de obra que impacta na infraestrutura, segurança viária e qualidade de vida.
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