O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu nesta quinta-feira, em entrevista à Globo News, que o governo já está acompanhando com mais atenção as condições do crédito para a construção civil e acrescentou que, caso haja necessidade, mais recursos poderão ser liberados para o setor.

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– A construção civil, nós estamos olhando. Se houver falta de recursos, nós estaremos, nas próximas semanas, injetando recursos da mesma maneira – disse ele.

Informou que isso poderá ser feito por meio de “algum reforço” nas linhas de crédito dos bancos.

– Para que eles possam repassar para o setor de construção civil – explicou.

Mantega disse ainda que o governo poderá destinar mais recursos à agricultura, caso seja necessário. Recentemente, aprovou mais R$ 5,5 bilhões.

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Nesta quinta, o Conselho Monetário Nacional (CMN) baixou medida para que os empréstimos de dólares, a serem efetuados pelo Banco Central (BC), sejam destinados ao financiamento do comércio exterior brasileiro – que, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), já se ressente da falta de crédito.

– Eu acredito que algo como US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões podem ser necessários. Mas não sei o valor exato. Vamos fazer aquilo que for preciso – acrescentou.

Poupança do fundo soberano

De acordo com Mantega, o governo pode optar, ainda, por gastar a poupança que vem acumulando para a formação do fundo soberano, algo como R$ 30 bilhões, caso isso seja necessário.

– Se preciso for, no ano que vem nós poderemos vir a utilizar [os recursos do fundo soberano]. Mas espero que não. Espero que, no ano que vem, continuemos fazendo mais meio ponto percentual, acumulando R$ 30 bilhões. Se houver necessidade, poderemos utilizar. Eu espero que não haja a necessidade. Poupança fiscal significa que a economia está crescendo independente dessa injeção de recursos – disse o ministro.

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O governo já separou R$ 15 bilhões no orçamento deste ano para o fundo soberano, que ainda não foi aprovado pelo Congresso Nacional, e já informou que fará procedimento semelhante no orçamento de 2009 – retendo outros R$ 15 bilhões em gastos para a formação desta poupança pública.

Mantega lembrou que essa poupança fiscal tem caráter anticíclico, ou seja, é para ser utilizada justamente em momentos de queda do crescimento econômico.

– Essa poupança é anticíclica. Ou seja, se houver um ciclo de baixa da economia, você, que no ciclo de alta acumulou uma poupança, poderá usá-la. Então, teoricamente, nós poderemos injetar esses recursos na economia como investimento para não deixar cair o nível de atividade – explicou ele.

As informações são do site G1.

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