As medidas que criam uma linha de crédito e diminuem a cobrança de impostos para incentivar o setor da construção civil, anunciadas nesta terça-feira pelo governo federal, foram comemoradas pelos empresários do segmento em SC. Com o pacote, eles esperam retomar o crescimento de anos anteriores.

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Em 2010, o índice de crescimento da construção civil catarinense chegou a 9%, mas diminuiu para 2% no ano passado. A expectativa, para 2012, é de um crescimento de 5,2%. As medidas começam a valer em 2013, quando os empresários acreditam que seja possível voltar a alcançar o índice de 2010. O setor ainda calcula os efeitos reais das novas medidas, que passam a calcular o INSS pelo faturamento e criam uma linha de crédito para fluxo de caixa de micro e pequenas empresas (veja detalhes abaixo).

– À primeira vista, parece um ótimo negócio, mas o setor ainda precisará avaliar melhor os detalhes das propostas e saber, por exemplo, qual a taxa de juros do financiamento. Assim também é com relação a cobrança sobre o INSS. Neste momento de queda (nos resultados), é interessante, mas é preciso ver no ápice das vendas – alerta o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) da Grande Florianópolis, Hélio Bairros.

Queda no custo das obras

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chegará ao consumidor

Defensor de uma análise mais detalhada do impacto sobre o setor, o presidente da Câmara de Desenvolvimento da Indústria da Construção da Fiesc, Nivaldo Pinheiro, aponta que as obras na linha empresarial devem se destacar para garantir o crescimento vigoroso no próximo ano.

– O segundo semestre deste ano foi melhor do que o primeiro semestre, e a sinalização de incentivos fiscais para outros setores econômicos também devem impactar na construção civil e ajudar a crescer – afirma.

Rogério Cizeski, presidente da Criciúma Construções, maior construtora do Estado e que está com 40 obras em andamento em 22 cidades, espera que o pacote de medidas signifique uma redução no preço final da construção, o que deverá ser repassado para o consumidor:

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– É mais uma decisão acertada do governo, assim como os cortes nas taxas de juros. São ações que ajudarão a destravar o setor e aquecer o mercado, além de impactar diretamente na queda do custo da obra.

O cenário é menos positivo na revenda de materiais, como afirma o presidente da Federação das Associações dos Comerciantes de Materiais de Construção de SC (Fecomac-SC), Jorge Guarezi. Segundo ele, 2012 deve fechar com crescimento de 3,5%.

– A redução se deve, principalmente, ao fato de que as construtoras estão comprando direto das indústrias produtoras, deixando apenas as vendas de varejo para as lojas especializadas – afirma Guarezi.

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Composição do pacote

1 – As empresas do setor vão deixar de pagar 20% de INSS e passarão a pagar 2% sobre o faturamento. Segundo o governo federal, isso representará R$ 2,85 bilhões a menos no recolhimento de tributos. De acordo com os cálculos, a construção civil pagaria, em 2013, R$ 6,28 bilhões se fosse mantida a contribuição de 20% do INSS. Com a nova medida, as empresas pagarão R$ 3,43 bilhões no próximo ano.

2 – O Regime Especial de Tributação (RET), que é aplicado para obras realizadas por sociedades de propósito específico (SPE), será reduzido de 6% para 4% sobre o faturamento. Foi ampliado também o limite do RET Social, para habitações sociais, que passarão a pagar, agora, alíquota de 1% sobre o faturamento.

3 – Criada uma linha de capital de giro através da Caixa Econômica Federal, voltada para micro, pequenas e médias empresas, com faturamento anual de até R$ 50 milhões. A nova linha terá recursos totais de R$ 2 bilhões para empréstimos. Ainda não foram divulgadas as taxas de juros.

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