A Assembleia Constituinte que dirige a Venezuela com poderes absolutos acusou nesta terça-feira (6) os Estados Unidos de aprofundar seu “bloqueio” contra o país por renovar um decreto que o considera uma “ameaça incomum e extraordinária”.

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“O que a renovação desta ordem executiva busca é aprofundar o bloqueio contra nossa pátria”, afirmou Delcy Rodríguez, presidente do órgão governista, durante sessão na qual aprovou um acordo de repúdio.

O texto diz que se trata de uma medida “ilegítima e ilícita” e sua extensão “constitui uma nova agressão dos Estados Unidos e é parte do desprezo do governo de Donald Trump ao direito internacional público”.

Na última sexta-feira, a Casa Branca, que considera a Constituinte ilegítima, anunciou nova prorrogação da declaração de “emergência nacional” com relação à Venezuela, que permite aplicar sanções além do aprovado pelo Congresso.

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Em agosto passado, Washington impôs medidas financeiras contra o país e sua petroleira PDVSA, que segundo Caracas não só impedem que cidadãos e empresas americanas negociem uma nova dívida venezuelana, mas dificultam o pagamento de operações de comércio internacional.

O decreto foi promulgado em março de 2015 pelo então presidente Barack Obama e prorrogado em 2016 e 2017, apesar dos pedidos do presidente Nicolás Maduro para que fosse anulado.

Os Estados Unidos, que acusam a existência de uma “ditadura” na Venezuela, avalia, ainda, a possibilidade de sancionar as exportações petroleiras em meio a apontamentos ao regime de Maduro por antecipar as eleições presidenciais para 20 de maio.

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Tradicionalmente, estas eleições são celebradas em dezembro, e a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) decidiu boicotá-las alegando que não há garantias.

* AFP