O consórcio formado por Petrobras, as chinesas CNOOC e CNPC, a francesa Total e a Shell Brasil apresentou o único lance e venceu o leilão de Libra, recém-encerrado no Hotel Windsor, no Rio de Janeiro. Foi apresentada oferta de óleo-lucro ao governo de 41,65%, o mínimo determinado no edital.
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>>>>> Ações da Petrobras sobem mais de 4%
O consórcio ganha o direito de explorar a área de Libra, a maior do pré-sal, por 35 anos, período no qual podem ser investidos até US$ 181 bilhões. O contrato deve ser assinado com o governo no próximo mês, tornando o consórcio apto a começar imediatamente a pesquisa e exploração da área de mais de 1,5 mil km2 na Bacia de Santos.
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O resultado veio após uma manhã de protestos nas proximidades do hotel onde foi realizado o leilão. Pelo menos seis pessoas ficaram feridas com balas de borracha em confronto entre manifestantes e homens da Força Nacional de Segurança, na Barra da Tijuca. Um grupo de mascarados também se juntou aos manifestantes e tentou avançar sobre as grades montadas próximas ao local, mas foi dispersado com o lançamento de bombas de efeito moral.
Um grupo também depredou e virou um carro de reportagem da Rede Record, que depois foi incendiado. Os bombeiros conseguiram apagar as chamas rapidamente. Em Brasília, cerca de 30 manifestantes ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) estiveram acampados em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, em protesto contra a disputa.
FOTOS: veja as imagens do protesto
Leilão de Libra
O leilão da área de Libra foi o primeiro realizado pelo governo federal sob as novas regras criadas a partir da Lei do Petróleo, de 2010. No regime de partilha, embora também tenha um valor a ser pago como bônus de assinatura, o que determinou a vitória é um percentual do chamado óleo-lucro (resultado da produção, menos o custo), que tem um mínimo previamente fixado. A Petrobras entra com ao menos 30% nos consórcios.
VÍDEO: confira avaliação sobre a estreia do novo modelo do regime de partilha
Nesse modelo, os lucros são repartidos entre governo, Petrobras e outras empresas do consórcio. A estatal brasileira é a única operadora (quem toma as decisões) da área. A área de Libra tem um potencial estimado entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris de petróleo e estima-se que serão investidos US$ 181,8 bilhões em 35 anos no local.
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Para se ter ideia da dimensão do leilão da área de Libra, o arrecadado com o leilão de Libra supera todos os leilões de concessão já realizados até então pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Desde 1999, a agência tinha arrecadado até então R$ 8,9 bilhões. Somente o bônus de assinatura de Libra custou R$ 15 bilhões.
Sobre o leilão de Libra: