Além de ser crime, a adoção conhecida como “à brasileira” implica em total carência de acompanhamento especializado para que família e criança se adaptem, como ocorre nos processos regulares de adoção. No caso da bebê de Camboriú, por exemplo, o Conselho Tutelar acredita que a mãe adotiva não tinha condições psicológicas para criar a menina.

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O conselheiro Valmor Dalago conta que a mulher teve uma reação completamente atípica quando a menina foi levada. Ela se negou a dar um cobertor para aquecer a criança durante a viagem.

– Ela ficou transtornada, disse que nem queria a menina, que poderíamos trazer. Mas dizia o tempo todo que as coisas, como mamadeira e cobertor, ela tinha comprado com o próprio dinheiro e não poderíamos levar. Foi bem triste – diz.

Os pais da mulher estavam na casa e também não se comoveram com o drama, segundo o conselheiro. A única que chegou a chorar na ocasião foi a empregada da casa, que, escondida dos patrões, entregou as mamadeiras da criança e um cobertor para os conselheiros.

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– É uma pessoa completamente desequilibrada. Eles têm condições financeiras, mas não quer dizer que essa mulher tenha condições psicológicas de cuidar de uma criança – diz o delegado Osnei Oliveira.