O conselho tutelar de Araquari confirmou nesta segunda-feira que não recebeu nenhuma denúncia formal de maus tratos envolvendo Laura Beatriz Cardoso, de três anos, que morreu no último domingo após ser internada com suspeita de espancamento em Joinville. No entanto, o órgão afirma que já havia entrado em contato com a família há cerca de três meses, quando a menina fraturou o fêmur.

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Morre menina de três anos com suspeita de ser espancada em Araquari

Família de criança que teria sido espancada decide doar órgãos

De acordo com o conselho, o hospital acionou o órgão após receber a menina com fratura na perna, o que é um procedimento normal em caso de lesões graves em crianças. A família contou que Laura teria se machucado ao cair da escada em casa. Os conselheiros visitaram a residência e constataram que havia dois andares, um de alvenaria e outro de madeira, e uma escada grande no local.

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– A mãe veio de Joinville para Araquari em janeiro para morar com o companheiro. Ela relatou as dificuldades que teve na vida e orientamos que voltasse a procurar ajuda com o conselho depois que a criança saísse do hospital, para ver uma vaga na creche para ela – conta a conselheira tutelar Roseli da Cunha Desen.

Laura recebeu alta há cerca de duas semanas e, como combinado, a mãe marcou uma visita com o órgão. No entanto, antes do encontro acontecer, a menina voltou a ser internada no último sábado e não resistiu aos ferimentos.

A conselheira tutelar revela que na manhã desta segunda-feira, uma vizinha da família procurou os profissionais afirmando que ouvia Laura chorar muito e desconfiava da versão apresentada sobre a queda da escada. Questionada o porquê de ter procurado o conselho apenas agora, ela teria dito que não teve tempo anteriormente.

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A reportagem foi até a casa da família e encontrou o local fechado. Os vizinhos não quiseram dar entrevista sobre o caso, mas confirmaram que a residência pertence à mãe de Rafael Silva dos Santos, padrasto da menina.

Entenda o caso:

Laura Cardoso foi internada em estado gravíssimo no fim da tarde de sábado no Hospital Infantil Dr. Jeser Amarante Faria, em Joinville. A morte encefálica foi confirmada pela unidade às 16h25. A mãe contou à polícia ter saído às 7 horas para trabalhar e voltou para casa às 16 horas, quando encontrou a filha com hematomas e desmaiada na cama. A criança teria ficado aos cuidados do padrasto.

Em depoimento, Rafael Silva dos Santos, 20 anos, negou as agressões e qualquer tipo de violência contra a enteada. Ele contou que estava saindo da casa de uma tia com a menina, de bicicleta, quando um cachorro os atacou e ambos caíram. Depois, disse que, na verdade, não estavam de bicicleta e que a criança estava no colo quando ambos caíram

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O homem foi preso em flagrante ainda durante a noite e encaminhado para Unidade Prisional Avançada (UPA) de São Francisco do Sul. A investigação do caso é realizada pela delegacia de Araquari.