Em protesto ao assassinato bárbaro de três conselheiros tutelares em Pernambuco na noite da última sexta-feira, o Conselho Tutelar de Itajaí e região decidiu aderir a paralisação nacional nesta quinta-feira. Os profissionais foram mortos a tiros enquanto levavam uma criança de três anos até a casa dos avós maternos. Eles foram vítimas de uma emboscada na cidade de Poção, no agreste pernambucano.

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O conselho de Itajaí também promoveu uma passeata para chamar a atenção das autoridades e da sociedade para os riscos a que estão expostos. Eles pedem mais segurança, autonomia e melhores condições de trabalho.

– Quase todos os dias depredam a nossa sede em Itajaí. Jogam tijolos e pedras e quebram a porta – conta o conselheiro Carlos Augusto Pinheiro Silvestre, 33 anos.

Carlos, que é conselheiro há quatro anos, conta que tem medo.

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– Já tivemos conselheiro agredido aqui e nada aconteceu. Enviamos vários ofícios pedindo um guarda aqui para a sede, mas as desculpas são sempre as mesmas: que não há efetivo, tem que ser feito licitação e nada muda – desabafa.

O grupo se reuniu em frente a Igreja Matriz de Itajaí e às 14h30 saiu caminhando em direção a Rua Hercílio Luz. Ostentando cartazes com pedidos de mais segurança e justiça pelos colegas pernambucanos, eles percorreram o calçadão até a Igreja Imaculada Conceição, no Centro.

– Infelizmente aqui (no Brasil) é assim, precisa acontecer alguma coisa com alguém para que algo mude – observa Carlos.

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O número de conselheiros em Itajaí está acima do considerado ideal, são cinco profissionais para quase 200 mil habitantes, quando o recomendado, de acordo com Carlos, é um para cada 100 mil.