O planejamento para recuperação financeira e de investimentos vai estar em discussão na próxima segunda-feira, quando o Conselho Deliberativo tem reunião extraordinária no Memorial do Orlando Scarpelli. Além de homenagens a conselheiros, o diretor de planejamento da empresa que administra o clube, Murilo Flores, vai detalhar os planos para os próximos tempos. Às vésperas do encontro, a torcida organizada Gaviões Alvinegros pediu a saída da empresa que administra o clube.

Continua depois da publicidade

O presidente do Conselho Deliberativo, Chiquinhos de Assis, reconhece o movimento dos torcedores. No entanto, pede voto de confiança, embasado em dois motivos: nos primeiros quatro meses os atuais gestores demonstraram capacidade de administrar o clube e há menos de 30 dias foi concluída a alteração na empresa responsável pelo clube – antes a Elephant de Cláudio Vernalha e agora a de Claudio Honigman, que passou a responder como presidente do Alvinegro.

— O Vernalha tinha 100% das ações, enquanto o Honigman era gerente ou diretor, sem controle nenhum sobre a empresa (Elephant). É compreensível que a pessoa se sinta inibida em investir em algo que não tem controle absoluto. Isso foi resolvido há menos de 30 dias. A partir de agora podemos cobrar com mais eficiência aquilo que foi prometido por meio de contrato firmado. Sobre a gestão de pessoal, não temos informações sobre a situação. Mas, de qualquer maneiras, sabemos que a atual gestão entrou com pedido na Justiça do Trabalho para implantar o ato trabalhista, para assumir compromissos que possam ser honrados. Isso mudou. Temos de dar voto de confiança à atual gestão. Há um período para que isso seja possível e a partir daí teremos de cuidar do interesse maior do Figueirense em relação à empresa que está administrando — argumentou Assis.

De acordo com o presidente do Conselho Deliberativo, a reunião desta segunda-feira deve ser a primeira em que representantes da empresa que administra o clube apresenta resultados e planos para o futuro do clube – as próximas, inclusive, devem estar voltadas ao futebol. Os conselheiros esperam que durante a palestra seja informada como a atual administradora pretende cumprir um item do contrato: o repasse financeiro à associação, uma das cláusulas do contrato para a recessão da gestão.

— A empresa hoje se encontra inadimplente para com a associação. Mas também é público que houve mudança significativa na condução da própria empresa. Ela pertencia ainda à Elephant, que detém 95% das cotas e gerencia toda a atividade do futebol, mas em contrapartida teria de fazer investimentos na associação, não só no futebol, mas também no estádio, melhorias e coisas dessa natureza. Havia um problema com a gestão anterior, que chegou à uma situação insustentável, ao ponto da mudança no comando, saindo Claudio Vernalha e assumindo Cláudio Honigman. Ele assumiu sem poderes sobre a Elephant, que é a parceira original com o Figueirense Futebol Clube. Pedimos uma solução para esta impasse, tendo em vista que os investimentos não estavam sendo feitos, sob a alegação que não havia controle absoluto sobre a empresa, e não havia segurança necessária para investimentos, mas isso se equacionou no mês passado, com a transferência de 100% das cotas da Elephant para o senhor Cláudio Honigman, que assumiu o controle absoluto da situação. É recente. Existem razões para a suspensão do contrato. Alguns podem até arguir que haveria condição de rescisão. Isso tudo se sabe. Mas o objetivo maior é o clube — contemporizou o presidente do Conselho Deliberativo do Figueirense.

Continua depois da publicidade

— Agora, a empresa mostrou que veio para transformar, com redução dos custos e racionalização da gestão, com tratamento de dívida passiva e tributária. Estamos acompanhando passo a passo essa evolução na expectativa que isso traga resultado a curto e médio prazo. Se não houver resultado algum, então deverá ser tomada uma providência. Estamos vigilantes e em função disso resolvemos promover com mais frequência reuniões do Conselho Deliberativo, para que tenhamos informações e administrar melhor a situação — completou Assis.