O Conselho de Segurança das Nações Unidas apoiou nesta segunda-feira a intervenção militar francesa no norte do Mali para deter a ofensiva dos grupos islâmicos que controlam o norte do país.
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O embaixador francês junto à ONU, Gérard Araud, disse à imprensa que a França tem a “compreensão e o apoio” dos outros 14 membros do Conselho de Segurança, após a reunião a portas fechadas do órgão.
Araud, que informou os membros do Conselho sobre os progressos da operação ‘Serval’, deflagrada com base no artigo 51 da Carta da ONU sobre o direito à “legítima defesa”, destacou que a França deseja entregar a liderança às forças africanas “o mais cedo possível”.
– Fomos obrigados a atuar a pedido das autoridades malinenses, mas nosso propósito é aplicar o mais rapidamente possível a resolução 2085, de maneira que as forças africanas, as forças malinenses, resolvam este problema e que haja um acordo político em Bamako.
A resolução 2085 de 20 de dezembro autoriza a criação da Missão Internacional de Apoio ao Mali (Misma), de 3.300 homens, mas seu envio para reconquistar o norte do país poderá levar meses, segundo os especialistas.
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De acordo com Arnaud, nenhum dois demais 14 países membros do Conselho de Segurança questionou os fundamentos jurídicos da intervenção.
– Juridicamente, a França não necessitava de nada além da carta do presidente do Mali solicitando a intervenção com base na legítima defesa – resumiu um alto diplomata da ONU.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban ki-moon, aplaudiu a intervenção francesa no Mali e defendeu a aceleração do envio de tropas africanas ao país, enquanto se trabalha em um acordo político para superar a crise.
Ban ki-moon “se congratula de que os sócios estejam respondendo ao seu pedido, com o consentimento do governo do Mali, para ajudar na luta contra o problemático avanço para o sul de grupos terroristas armados”.
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Ban “espera que estas ações ajudem a deter a última ofensiva enquanto os esforços continuam para se implementar por completo a resolução 2085 do Conselho de Segurança”.
A ofensiva dos grupos islâmicos e a resposta francesa “destacam a urgência de se aplicar todos os aspectos da resolução” 2085, incluindo os esforços de mediação dos Estados da África Ocidental e o apoio militar proposto pelo Exército do Mali.
A França anunciou uma “guerra contra o terrorismo” no Mali e desde a sexta-feira sua aviação bombardeia posições dos grupos islâmicos que avançam do norte para o sul do país.
A ofensiva rebelde reúne os grupos “jihadistas” Ansar Dine, Al Qaeda do Magreb Islâmico (AQMI) e Movimento pela Unidade e a Jihad na África Ocidental (Mujao).
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